Ex-secretário de Saúde diz à CPI não se arrepender de contratar OS em MT
Ex-secretário de Saúde Mato Grosso, o ex-deputado Pedro Henry, condenado no processo do mensalão, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga indícios de irregularidades na contratação de Organizações Sociais de Saúde (OSSs) para gerir a saúde estadual, nesta terça-feira (1º). As OSSs passaram a prestar serviço ao estado no período em que Henry comandava a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), recursos públicos teriam sido desviados por meio de esquema na compra de próteses ortopédicas superfaturadas. A quadrilha teria supostamente se instalado na unidade na gestão de Henry.
Em depoimento, ele disse não se arrepender de ter defendido esse modelo de gestão a partir das OSSs. “Em alguns lugares, a troca pelas OSSs deu certo, como em Rondonópolis e Cáceres”, declarou.
A CPI investiga o repasse de verbas do estado para as organizações sociais de saúde. Sete hospitais chegaram a ser administrados pelas OSS. Atualmente, são apenas três e quatro unidades estão sob intervenção do estado.
As organizações sociais começaram a administrar os primeiros hospitais em 2011. Entre as denúncias do Ministério Público e Auditoria-Geral do Estado contra o modelo de gestão está o fato do governo ter investido muito dinheiro público nessas organizações sem que elas apresentassem o resultado esperado, ou seja, os pacientes continuaram com atendimento inadequado.
Conforme o relator da CPI, deputado Emanuel Pinheiro (PR), a suspeita é de que as próteses nacionais eram compradas pelo preço das importadas. “Vamos investigar e punir os desvios porque uma coisa é clara: o serviço de saúde não melhorou em nada e continua péssimo”, declarou.
Henry foi condenado a sete anos e dois meses de prisão por envolvimento no mensalão e cumpre pena em regime aberto.
G1-MT
