Polícia

Cacerense pode ter sido morto por homofóbicos

 

O estudante de engenharia civil Ikaro Patrike Marques Couto, 21 anos, que foi encontrado morto na margem do rio Cuiabá, região do Praeirinho, pode ter sido morto porque era homossexual. Uma amiga da vítima, que dividia apartamento com o jovem, contou ao HiperNotícias que Ikaro não tinha inimigos e nenhum envolvimento com drogas.“Ele não tinha inimigos. Nós viemos de Cáceres para estudar e se eu soubesse de algum envolvimento com drogas eu jamais deixaria ele morar comigo. O Ikaro era um jovem sorridente, sempre alegre e não merecia ter morrido daquela forma. Acho que mataram ele por ele ser homossexual”, disse a também estudante Érica, que é amiga da família de Ikaro e foi a primeira a ficar sabendo da morte do estudante.

Arquivo Pessoal/Facebook

Ainda com a voz muito embargada por conta da perda, Erica disse que Ikaro passou o fim de semana em Cáceres, cidade onde moram seus parentes, voltou no domingo, saiu segunda-feira para trabalhar e não voltou mais. Desesperada, sem saber o paradeiro do amigo, Erica começou uma procura por hospitais até chegar ao Instituto Médico Legal (IML).

“Foram dois dias sem ele voltar para casa. Eu liguei para prima dele e avisei que o Ikaro estava desaparecido. Nós duas fomos procurá-lo juntas. Fomos ao pronto socorro e no IML e não encontrei ninguém, porque eu procurava como pessoa não identificada, pois ele andava sem carteira. Quando a atendente perguntou o nome dele e eu respondi, ela disse que havia sido encontrado morto e precisava de alguém da família para liberar o corpo”, conta a jovem que entrou em desespero ao saber da morte do amigo.

O corpo de Ikaro foi encontrado à margem do rio Cuiabá com a cabeça totalmente deformada. Ele foi espancado até a morte. Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) acreditam que a morte tenha sido conduzida por mais de uma pessoa, pois até a orelha da vítima estava arrancada devido aos golpes.

“Espancaram e mataram meu amigo sem ninguém saber o motivo. Ele era negro e homossexual, acho que esses foram os motivos primordiais para esse crime. Ele foi velado de caixão fechado porque o rosto dele estava desfigurado. Não é droga, como já disseram por ai”, contou.

Érica disse ainda que o corpo de Ikaro foi encontrado apenas com a carteira de trabalho e o crachá da empresa em que era funcionário em Várzea Grande. Por enquanto, a DHPP trata o caso como um homicídio por espancamento sem suspeito.

Porém, o delegado Silas Tadeu Caldeira, garante que o caso será investigado e o autor do crime será procurado. O laudo do IML deve ser divulgado num prazo de 30 dias, até lá a família e amigos ficam sem resposta do caso. O corpo de Ikaro foi sepultado na quarta-feira em Cáceres.

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