Deputados transformam sabatina de Ságuas em “batalha partidária”
Os questionamentos à secretaria estadual de Educação (Seduc) na Assembleia viraram batalha partidária entre PSD e PT e descambaram para politicagem. O deputado estadual Airton Português (PSD) tentou com todos os artifícios possívels desmoralizar e desgastar a imagem do secretário Ságuas Moraes (PT) quanto à gestão da pasta, na manhã de ontem terça (13), durante visita à Comissão de Educação Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto. Enquanto isso, o deputado Alexandre César (PT), que presidiu os trabalhos, defendia o gestor.
Português, que em princípio questionava o número de refeições servidas e até o cardápio do Buffet que seria contratado para servir em eventos de capacitação de professores, mudou o foco após o pregão ser extinto e Seduc ter aderido às licitações realizadas pela secretaria estadual de Administração (SAD). O social-democrata passou a denunciar suposto direcionamento de licitação para serviços de reforma em escolas, denunciando o fato do proprietário de uma empreiteira vencedora de um certame há dois anos, Luiz Carlos Ióris, ser irmão do secretário adjunto Administrativo e Financeiro, Antônio Carlos Ióris.
Ságuas rebateu os apontamentos, atestando que a empresa é legalmente constituída e pode participar de qualquer licitação tanto na Seduc quanto em qualquer outra secretaria de Estado. O petista reforçou que a empresa entregou as obras no prazo e com qualidade e garantiu que tudo ocorreu dentro da maior transparência com o acompanhamento de dois auditores do Estado, dois do TCE e todo o setor de Controle Interno da Seduc.
O mais contundente foi o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), ao observar que se o episódio envolvendo os irmãos não for ilegal é no mínimo imoral e que em alguns lugares este tipo de ligação provoca até a reprovação de contas no TCE. Por sua vez, Ságuas disse que fez uma consulta ao órgão de controle em relação à licitação das obras e que recebeu “carta branca” para manter o certame.
Já Emanuel Pinheiro (PR) afirmou que o tempo do Ságuas já venceu na pasta e que o atual secretário deve ir para outro cargo. O republicano entende que Ságuas é competente, mas está muito desgastado. O petista concordou que não tem mais a mesma disposição de quando assumiu, mas garantiu que continua com determinação para buscar soluções às demandas. “Afinal a pasta é enorme, tem muitas demandas e qualquer pessoa se desgastaria”, justificou o secretário.
Ságuas reconheceu problema na infraestrutura de 80 escolas, mas garantiu que 40 já foram licitadas e as obras vão começar nos próximos dias. Nas demais, o Estado tem enfrentado dificuldades de encontrar empresas interessadas em executar os serviços. Tem caso de escola que já abriu três certames e não consegue encontrar candidatos a prestar o serviço.
O secretário de Educação também pontuou que o governo aderiu 100% da pauta do sindicato dos profissionais que estão em greve. Ao final da sabatina à Ságuas, ficou acordado que os questionamentos que exigem a apresentação de documentos para seus esclarecimentos serão encaminhados por ofício.
Por fim, Ságuas, se comprometeu a respondê-los antes do dia 28, data em que ele retorna à Comissão de Educação da Assembleia para fazer novo balanço das ações da pasta como também responder algum outro questionamento que fique pendente. A visita dos secretários de Estado ao legislativo para prestar contas faz parte do calendário de atividades e a ida de Ságuas já estava prevista para este segundo semestre, mas foi antecipada em função da polêmica criada em torno do buffet para os professores.