Hospital nega atendimento para grávida em risco em CuiabáCenario MT
O Hospital Infantil e Maternidade Femina, referência em atendimento na rede particular de Mato Grosso, está sendo acusado de não atender uma gestante com gravidez de risco. O caso ganhou repercussão nas redes sociais e até o início da tarde de ontem, tinha mais de mil compartilhamentos.
A paciente vinha em uma ambulância de Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá) com suspeita de pré-eclâmpsia e após ter sido recusada na unidade, teve um parto prematuro em outro hospital. De acordo com o pai da gestante, Fernando Maia, a filha dele, Fernanda Maia, de 24 anos, começou a passar muito mal em Primavera do Leste, onde a família mora.
Ela estava com pressão alta, convulsões e sentia dores fortes na região do abdômen. Também teve perda de sangue e de líquido amniótico.
Por esse motivo, a família decidiu contratar uma ambulância particular e buscar atendimento na Capital. Após uma viagem tumultuada, o casal conseguiu chegar a Femina. Quando Fernanda estava entrando na unidade, ainda em cima da maca, e o marido fazia o registro na recepção, a médica responsável pela unidade expulsou a paciente do interior do hospital.
“Minha filha estava com a pressão em 19/15 e a doutora sequer realizou um atendimento básico para depois solicitar a transferência da mãe ou do bebê. Ela simplesmente gritou, dizendo que não tinha Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) disponível e que já havia avisado que não adiantava a família ir ao local”.
De acordo com o pai da criança, Carlos Eduardo, de 22 anos, apesar da esposa correr risco de vida, a própria médica do hospital empurrou a maca para fora da unidade. O casal então saiu atrás de outro hospital e foi parar no Santa Helena, que é referência em atendimento pelo SUS. Fernanda, então, recebeu pré-atendimento e foi constatando que a situação dela era delicada. A médica optou por interromper a gravidez.
Por conta das convulsões, havia um forte risco de hemorragia interna. Tanto a mãe quanto o bebê poderiam morrer. Após o parto, a bebê foi transferido para o Hospital Jardim Cuiabá e passa bem.
A família assegura que irá processar tanto o hospital quanto a médica que negou atendimento. Em uma postagem na rede social, Carlos Eduardo manifestou sua revolta da seguinte forma: “Detalhe, o hospital Santa Helena também não tinha vaga, mas lá fomos tratados como seres humanos”.
Para a presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Dalva Neves, negar atendimento é um erro de conduta grave. Ela afirmou que o problema ressalta a falta de estrutura no interior, que não tem UTI’s. De acordo com a presidente, o CRM irá abrir uma sindicância para apurar o caso.
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