Opinião

Economia brasileira cresce 0,89% no trimestre, aponta Banco Central

imagesA economia brasileira cresceu 0,89% no segundo trimestre, apontou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira. No mês de junho, a alta foi de 1,13%, a maior desde janeiro deste ano. No entanto, veio abaixo das expectativas dos 25 analistas ouvidos pela Bloomberg, que projetavam crescimento de 1,20% no mês. Se o resultado trimestral do “PIB do BC” for confirmado pelo IBGE, mostrará que a economia está num processo de aceleração. Na comparaçao com o ano anterior, houve crescimento de 3,24%. Os analistas esperavam alta de 2,70%.

O crescimento oficial do país no primeiro trimestre deste ano foi de 0,6%. Os economistas, entretanto, acham prematuras comemorações por causa das incertezas em relação ao dólar e pela alta de juros.

— É um dado bom porque mostra que a economia vive um momento de recuperação da indústria e tem um desempenho razoável com o comércio, mas isso reflete o passado e não o futuro, que é incerto por causa do câmbio e da alta de juros — ponderou o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas.

Segundo o economista, a alta do juros inibirá o consumo dos brasileiros, mas a incerteza maior para a economia brasileira vem do câmbio. Ele lembra que o BC tem perdido a queda de braço com o mercado para conter a alta da moeda americana. Afirmou que não espera uma atitude mais incisiva da autoridade monetária para conter esse processo.

Quanto mais o dólar aumenta, mais é preciso se proteger. A procura por instrumentos de proteção cresce e, consequentemente, o dólar encarece ainda mais.

O PIB do BC acumula uma alta de 2,12% nos últimos 12 meses. O indicador foi criado pela autoridade monetária para balizar as diretrizes da política de controle de inflação no Brasil. Como o dado oficial de crescimento (divulgado pelo IBGE) é muito defasado, o cálculo do BC tenta dar um norte em relação ao comportamento da economia brasileira.

Por ser muito menos sofisticado que o dado oficial, não pode ser considerado uma prévia do PIB. O número leva em consideração apenas o desempenho da agropecuária, a indústria de transformação, extrativa, da construção civil e produção e distribuição de eletricidade, gás e água, esgoto e limpeza urbana.

Quando começou a ser divulgado, o índice dava resultados muito próximos ao dado oficial. Desde o ano passado, houve um descolamento. Segundo o BC, causado pelas diferenças na metodologia.

O Globo

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