Motociclistas de SP terão que tirar o capacete para entrar nos postos
Uma nova lei, criada para aumentar a segurança em lojas e em postos de combustíveis, gerou uma discussão entre os milhares de motociclistas que circulam pelas ruas da maior cidade do Brasil.O equipamento de segurança também é sinal de perigo. Depende da situação.
“Se você quer ter a cabeça inteira, é bom você usar capacete”, brinca um homem. “Quando entra alguém de capacete na sua loja, gente já pensa que a pessoa está com má intenção”, afirma outro. Capacete acabou se tornando figurino comum de muito ladrão para esconder o rosto. Por isso, uma lei publicada esta semana, no estado de São Paulo, proíbe a entrada ou permanência de pessoas usando capacete ou qualquer cobertura que esconda o rosto nos estabelecimentos comerciais, públicos ou privados.
E também nos condomínios. Já nos postos de combustíveis, os motociclistas deverão retirar o capacete antes da faixa de segurança. A faixa, segundo o Sindicato dos Donos de Postos, é a que separa o posto da calçada.
Algumas pessoas que andam de moto estão preocupadas com essa lei. “Essa faixa seria o limite para você poder entrar no posto de gasolina. Pela lei, eu teria que tirar o meu capacete, parar antes da faixa e colocar no braço, e com a moto em direção a bomba de gasolina. Aí eu entro no posto, nada me garante que pode ter uma poça de óleo, alguém que deixou um óleo que vazou de algum carro, e eu cair. Ou alguém, se estiver manobrando o carro aqui dentro do posto e trombar comigo, esbarrar na minha moto e eu cair e eu bater a cabeça no chão”, explica José Antonio Polino. A multa é de R$ 500, e dobra em caso de reincidência.
“A lei é até uma lei boa, mas o certo é tirar quando a moto estiver parada dentro do posto”, opina o auxiliar administrativo Weber Estevam. O governo de São Paulo ainda não se manifestou sobre o assunto. Em nota, informou que a aplicação da lei depende de regulamentação que vai definir como ela será fiscalizada, mas não há previsão para isso.
O Sindicato dos Donos de Postos acha que a lei pode ajudar na segurança, mas não sabe como o freguês vai reagir.
“Se ele não quiser tirar o capacete, não vai ser o dono do posto, nem o frentista que vai obrigá-lo a tirar”, conclui José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro.