Padrasto confessa estupro e assassinato da enteada Maria Alice
O assassinato da jovem Maria Alice Seabra, 19 anos, chamou a atenção das autoridades pernambucanas e ganhou os noticiários em todo o país nesta quinta-feira. Ela foi sequestrada, estuprada e morta pelo padrasto, Gildo Xavier, 35 anos.
O homem confessou o crime e contou os detalhes à polícia nesta quinta. Segundo o portal G1, tudo começou a ser planejado há cerca de dois meses. A motivação seria desejo sexual que Gildo tinha pela enteada. Mas, segundo a delegada Gleide Ângelo, responsável pela investigação, a jovem descobriu que o padrasto tinha uma amante e contou para sua mãe, Maria José Arruda. Ela chegou a se separar de Gildo, mas pouco tempo depois reataram o relacionamento.
Maria Alice resolveu sair de casa e morar com uma tia. No entanto, passou a ser vigiada pelo padrasto nas redes sociais. A delegada afirma que o fato de ele ter visto fotos dela em festas, com alguns rapazes, deixou Gildo incomodado.
Na última sexta-feira, ele alugou um carro, pegou roupas, um frasco de Rupinol — um tranquilizante de prescrição controlada, que normalmente é utilizado para aplicar o golpe “Boa noite, Cinderela” — e voltou a Recife para colocar películas escuras no veículo. Feito isso, inventou que levaria Maria Alice a uma entrevista de emprego.
O padrasto buscou a enteada em sua casa, na capital pernambucana, e como ela não tomou nenhum líquido que ele pudesse ter misturado o Rupinol, ele usou a força para estuprá-la. Durante o trajeto, já na BR-101, deu um soco no rosto da jovem, que se fingiu de desmaiada. A mãe de Maria Alice ligou para Gildo, que atendeu. A adolescente começou a gritar por socorro e ele desligou o telefone.
Neste momento Gildo passou a espancar Maria Alice, enrolou o cinto de segurança em seu pescoço e começou a estuprar a jovem. Com ela já desacordada, sangrando muito, o homem resolveu procurar um matagal para desovar o corpo. Ele a deixou amarrada em um canavial na cidade de Itapissuma, na Região Metropolitana de Recife.
Gildo fugiu para a cidade de Aracati, no Ceará. De lá, encontrou em contato com a polícia para informar onde estava o corpo. Como ninguém o achou, ele resolveu apontar onde estava e se entregar.
— O motivo mesmo foi o desejo sexual dele por Alice, que começou há 3 anos, quando o corpo dela reformou. Ele disse que ficava só olhando, que ninguém notava. Por conta disso, ele disse que tentou controlar. Há dois meses, entretanto, ele disse que veio a vontade mesmo de estuprar. Ele inventou toda a história para conseguir praticar o crime. Gildo diz que não queria matar, só estuprar. Mas pelas características do crime, afirmo que ele queria sim — disse a delegada.
A polícia ainda espera o resultado dos laudos do Instituto de Criminalística para finalizar o inquérito. Ele será indiciado por quatro crimes: sequestro qualificado (porque foi para fins libidinosos), estupro, homicídio qualificado por motivo torpe, sem chance de defesa e feminicídio, além de ocultação de cadáver. Gildo pode ficar preso por até 48 anos caso seja condenado com pena máxima.
O sepultamento da jovem será realizada às 10h desta sexta-feira no cemitério de Santo Amaro, no centro de Recife.
Diário Gaúcho
