MPE vê irregularidades e ameaça vetar grandes jogos na Arena Pantanal

Problemas foram constatadas nas partidas da Série A do Campeonato Brasileiro

A falta de catracas, números duvidosos de torcedores dentro do estádio e irregularidades no interior da Arena Pantanal estão na mira do Ministério Público Estadual (MPE-MT). Segundo o promotor Ezequiel Borges dos Santos, Mato Grosso corre o risco de não receber mais grandes jogos caso os problemas não sejam resolvidos. Há três meses, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado entre o MPE-MT e a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), porém os itens não foram cumpridos. A entidade cita que o Governo de Mato Grosso, gestor do estádio, não disponibiliza as catracas eletrônicas (veja a reportagem acima).

O principal questionamento do promotor Ezequiel Borges de Campos se baseiam em dois itens: a Arena Pantanal não tem catracas para o controle efetivo de quantos torcedores entraram no estádio e algumas pessoas estão assistindo os jogos em pé, em cima das cadeiras, o que fere o Estatuto do Torcedor.

Nesta temporada, o estádio da capital recebeu três partidas da Série A do Brasileiro: Cruzeiro e Corinthians, Vasco e Flamengo e Ponte Preta e Palmeiras. Todos foram trazidos pela empresa Roni 7, que também deve se enquadrar nos pedidos do MPE.

– Estive no jogo do Palmeiras e vi muitas coisas erradas. Torcedores em pé nas cadeiras, preços abusivos no bar e descumprimento dos ingressos serem numerados. Fizemos um acordo quanto aos torcedores terem seus assentos certos, impressos no ingresso, mas não foi cumprido. Caso isso se repita, a multa será aplicada para a FMF com custo de R$ 50 mil. Não é o desejo do Ministério Público, mas jogos com grande número de torcedores podem não ocorrer mais na Arena Pantanal – disse Ezequiel.

As catracas da Arena Pantanal funcionaram apenas na Copa do Mundo. Depois, o Governo de Mato Grosso e a empresa responsável pelo funcionamento não falaram mais a mesma língua e o processo está na justiça.
– A empresa alega que prestou o serviço, mas depois houve quebra do contrato e números divergentes na medição. O processo está sob análise ainda não temos prazo para resolver – disse o coronel Abadio José da Cunha, gestor da Arena Pantanal.

Segundo o MPE-MT, o Governo de Mato Grosso não achou o mapa de assentos da Arena Pantanal, o que também tem comprometido a solução do caso. No jogo entre Vasco e Flamengo, o número de torcedores divulgado era visivelmente menor do que o público dentro do estádio. A solução encontrada, por ora, é utilizar leitores de códigos de barra nos ingressos.

– Vamos tomar alguma atitudes como mais fiscais dentro do estádio para fiscalizar a entrada dos torcedores e não permitir que fiquem em pé nas cadeiras. Isso atrapalha a visão de pessoas que também pagaram ingressos. Há chances de mais jogos da Série A serem disputados aqui em Cuiabá, então temos que agir.

Globoesporte-MT