Mato Grosso fecha 34% a mais de empresas em 2015 frente 2014; em Cuiabá 68%
“Não é nenhuma caça as bruxas, só queremos fazer as coisas conforme está na lei”, destacou na época o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Cedem, Seneri Paludo.aio de 2015 Mato Grosso registrou o fechamento de 4.795 empresas. O volume supera em 34% os 3.575 encerramentos de atividades constatados no período em 2014. Um dos principais motivos para o fim das atividades é a “crise econômica” vivida no Brasil. Somente em Cuiabá, os fechamentos em 2015 estão 68% maiores em relação a 2014.
Levantamento da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat), de janeiro a maio, revela que o estado em 2014 havia registrado 178.060 empresas em atividade (resultado entre abertura e fechamento), 4,6% a mais que as 169.719 constatadas em 2015. Os dados não incluem Micro-empreendedores Individuais (MEI).
Até maio ao menos três plantas frigoríficas no estado paralisaram suas atividades. Os dados da Jucemat mostram que de janeiro a maio 421 empresas no setor industrial fecharam, 21,3% a mais que as 347 de 2014. Como o Agro Olhar já comentou, a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) estima que até dezembro cerca de 10 empresas (pequeno a grande porte), em especial do setor industrial, venham a solicitar pedido de Recuperação Judicial em Mato Grosso.
O comércio também sofreu baixas, principalmente com o fechamento de concessionárias de veículos. Em maio, como o Agro Olhar já havia comentado, as concessionárias de automóveis, em Cuiabá, Gramarca (GM Chevrolet), localizada na Avenida Miguel Sutil, no bairro Santa Rosa, e a Citável, representante Ford, localizada na Avenida Fernando Corrêa da Costa, fecharam suas portas. No segmento de comércio o aumento de empresas encerrando as suas atividades foi de 29,3% em relação ao ano passado, um crescimento de 1.631 para 2.109 empresas.
Em recente entrevista ao Agro Olhar, o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Paulo Gasparoto, destacou o receio do comércio, principalmente, com o “pente fino” (corte de incentivos fiscais) realizado pelo governo do Estado. De acordo com Gasparoto, o corte de incentivos “desestimula o lojista que acaba indo para outro estado”.
No setor de serviços os encerramentos de atividades também é crescente, segundo dados da Jucemat. Enquanto, em 2014 foram fechadas 1.558 empresas do segmento no estado, em 2015 o número subiu para 2.178.
Em junho o Conselho de Desenvolvimento Empresarial (Cedem) aprovou o fim de novos incentivos fiscais para o comércio, com base em parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e do departamento da pasta. De acordo com o Cedem, na ocasião, para que a atividade seja beneficiada é preciso modificar a legislação. O mesmo ocorreu com o setor de serviços.
“Não é nenhuma caça as bruxas, só queremos fazer as coisas conforme está na lei”, destacou na época o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Cedem, Seneri Paludo.
Cuiabá
Em Cuiabá o número de empresas que fecharam suas portas em 2015, de janeiro a maio, foi de 1.082. O número supera em 68% as 644 empresas que tiveram as atividades em 2014 no período. Entre os motivos para o crescimento de fechamentos na capital mato-grossense estão as obras da Copa do Mundo de 2014, que levaram a alterações no trânsito afetando assim as vendas, em especial em estabelecimentos na Avenida Miguel Sutil.
O número de empresas do setor do comércio que fecharam em Cuiabá saltou de 272 no ano passado para 488 neste ano. Já no segmento de serviços alta de 312 para 503 no período. Na indústria de 57 para 79 empresas.
Olhardireto