Técnicos administrativos da UFMT fecham trânsito na Fernando Corrêa e pedem reajuste de 27%
Os técnicos administrativos da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) fecharam nesta terça-feira (28), duramente alguns minutos, o trânsito na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Em greve há exatamente dois meses, eles pedem reajuste de 27% do salário, além de outros itens considerados de suma importância para a educação superior. A alegação é de que as condições são precárias e que falta pessoal. Ao todo, são aproximadamente 1.500 pessoas em greve. Cerca de 70 pessoas estiveram no protesto nesta manhã.
“Hoje completa dois meses da nossa greve, é uma paralisação nacional de 64 universidades. Estamos dialogando com a sociedade nesta terça-feira e informando que o governo não apresentou uma proposta que dialogasse com a nossa pauta. Propusemos 27% de reajuste para recompor as perdas acumuladas nos últimos seis anos, mas eles fizeram uma proposta de 21%, que seria dividido em quatro anos, sem considerar as perdas anteriores e com uma expectativa de inflação, neste período, muito aquém do que está projetado”, disse ao Olhar Direto a a coordenadora geral do da Federação de Sindicatos de Trabalhadores da Educação Superior, Leia de Souza Oliveira.
Além disto, a categoria reivindica outras melhorias na universidade: “Também temos uma pauta setorial, que é extensa. Estamos negociando com o MEC (Ministério da Educação) o aprimoramento da carreira, modernização das relações de trabalho no âmbito da universidade, que é algo em que o governo não tem avançado. No ano passado, tivemos uma greve e por determinação judicial a suspendemos. E essa mesma determinação exigia que fosse apresentada uma proposta concreta. Além de ser legitima, a nossa paralisação hoje é legal”, acrescentou Leia de Souza.
A coordenadora ainda comenta sobre o corte no orçamento, feito pela presidenta Dilma Rousseff (PT): “Queremos que o governo flexibilize, apresentando uma pauta que de fato possa ter um diálogo com a nossa, pois está muito longe do reivindicado. Também lutamos pela melhoria do orçamento da universidade, que sofreu um corte brutal de mais de R$ 9 bilhões no início do governo Dilma e tem a expectativa de mais corte ainda, o que prejudica programas, estudos e obras”.
“As condições são muito precárias, pois a maioria dos cargos técnicos da universidade está sendo terceirizado. E infelizmente, não por culpa deles, eles não têm noção do que é uma universidade, sofrem assédio moral, não tem condições de trabalho, o salário é baixo, não tem carreia. Isso tudo compromete o serviço oferecido”, explica Leia de Souza.
Por fim, a coordenadora relatou que o número de trabalhadores é insuficiente: “A universidade cresceu muito com o programa de expansão no interior e ela não veio articulada ao aumento da força de trabalho, através de concurso público. O que veio, através de um contrato precário, é insuficiente. A demanda de pessoas atualmente chega a 30% do quadro que temos hoje. Teríamos que ter, pelo menos, uns 500 trabalhadores a mais. Temos um campo novo (que será inaugurado ano que vem), o Instituto de Várzea Grande, que não tem pessoal”.
Olhardireto