Detonado por dívidas e penhoras, Vasco diz à Justiça que corre o risco de fechar as portas
Se dentro de campo a situação do Vasco é péssima, já que a equipe está na zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o mesmo acontece fora dos gramados. Na Justiça, em ação movida pelos agentes do atacante Paolo Guerrero, da Think Ball, o time cruzmaltino confessou inúmeras dívidas que formam uma “bola de neve” financeira e apontou que, com as coisas piorando diariamente, pode até fechar as portas.
“Como uma bola de neve, a situação se agrava a cada dia, tornando cada vez mais difícil a continuidade do clube. O risco de prejuízo irreparável é inegável”, disse o Vasco à Justiça, apontando ainda “patrimônio líquido negativo” nos últimos anos e “fluxo de caixa extremamente limitado”.
Só em débitos trabalhistas o Vasco precisa endereçar 30% de sua receita total, graças a acordos feitos no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, em um Plano Especial de Execução de dívidas que também foi feito com Fluminense e Botafogo. Mais consideráveis fatias do dinheiro que entra em caixa são endereçadas a outros credores.
O clube paga atualmente parcelas de R$ 575 mil à Justiça carioca por mês por conta de acordos trabalhistas – a partir de outubro, a quantia subirá para R$ 600 mil. No total, a dívida em vigor com o Tribunal Regional do Rio de Janeiro está em R$ 31,45 milhões e só será finalizada em setembro de 2019, isso se o clube consiga pagar em dia.
Além dos débitos trabalhistas, o Vasco possui problemas tributários e desembolsa R$ 1.280.055,08 mensais por créditos públicos em dívida ativa. A quantia vai subir para R$ 1.645.782,11 por mês a partir da semana que vem. Ainda restam R$ 62.637.024,20 para terminar de quitar o total, o que só vai acontecer em julho de 2018.
Essa dívida com a União, aliás, é um dos motivos de o caixa cruzmaltino estar comprometido, já que os contratos com a Globo estão em grande parte penhorados.
Em outra decisão, esta de abril deste ano, o juiz Aylton Cardoso Vasconcellos determinou que sejam retidos 30% dos valores pagos pelo sistema Globosat por conta de processo movido pela Play Participações, que monta a R$ 1.133.433,64. Já o advogado Marcelo Macedo, que prestava serviços à agremiação e ingressou com processo no ano passado, conseguiu o bloqueio de 5% mensais da TV.
ESPN