Polícia

“A violência doméstica é uma patalogia que mata”, diz delegada

llAos 22 anos, prestes a se formar no curso de Direito, a estudante Isabella Cazado foi assassinada com dois tiros.

 O crime aconteceu no município de São José do Rio Claro (325 km a Médio-Norte de Cuiabá). O ex-namorado da jovem, Roni Santos, é acusado de ser o autor do crime e se entregou à Justiça, após ficar quatro meses foragido.

 A adolescente L.M. tinha 17 anos, quando um tiro no peito tirou sua vida.

 Ela foi assassinada em frente à casa dos seus avós, no município de Portos dos Gaúchos (604 km ao Norte de Cuiabá). O ex-namorado da garota, um jovem de 19 anos, se entregou à Polícia Civil, poucos dias após o ocorrido, e confessou o crime.

 A professora Maria das Dores Ramos dos Santos, de 39 anos, morreu após ser baleada com um tiro no rosto, disparado pelo ex-companheiro, Marcelo Rodrigues Fim, de 39 anos.

 O crime aconteceu em Juscimeira (157 km ao Sul da Capital. O homem também havia assassinado outra ex-mulher, em 2011.

 Todos os assassinatos citados acima ocorreram neste ano e possuem a mesma característica: foram praticados por ex-companheiros das mulheres assassinadas.

 Diversos crimes passionais praticado contra mulheres têm repercutido no Estado e, conforme a Polícia Civil, ganhado “ares cruéis”.

 O homicídio praticado contra mulher, em que o assassinato ocorre em razão de gênero, é classificado como feminicídio.

 O crime é considerado hediondo desde março deste ano, após Lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT). Por ter se tornado crime qualificado, a pena vai de 12 a 30 anos.

 De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública,  em Cuiabá, no primeiro semestre de 2015, houve nove homicídios praticados contra mulheres e 37 tentativas. No mesmo período, em 2014, na capital, foram quatro assassinatos e 28 tentativas.

Ainda conforme os dados, nos primeiros seis meses de 2015, em Várzea Grande, ocorreram seis homicídios contra mulheres e 12 tentativas. No mesmo período de 2014, no município, foram 10 homicídios e 19 tentativas.

O levantamento da Sesp-MT, porém, não especifica os tipos de assassinatos contra a mulher, que aconteceram na Grande Cuiabá, nem a motivação dos crimes.

A delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que os crimes praticados contra as mulheres tornaram-se mais cruéis no último ano e, por isso, ganharam mais notoriedade.

“Nos últimos tempos, os crimes contra a mulher ganharam mais evidência, porque se tornaram mais violentos. As mulheres estão sendo vítimas cada vez mais cedo, pois muitas estão começando relacionamentos muito cedo”, disse.

Anaíde explicou que a agressão contra as mulheres é recorrente e deve ser considerada uma patalogia.

Ela disse que muitas denúncias contra companheiros agressivos deixam de ser feitas na esperança de que a situação do casal melhore.

“A violência doméstica é uma patalogia que mata. Muitas mulheres convivem com a violência e acabam aceitando a situação, achando que, após a primeira agressão, não acontecerá novamente”, declarou.

Maria das Dores

O homicídio de Maria das Dores Ramos dos Santos, 39, ocorreu durante a madrugada de 25 de setembro. Ela foi assassinada com um tiro no rosto.

Na sequência, o autor do crime, Marcelo Rodrigues Fim, seguiu para o bairro Jardim Esmeralda, em Várzea Grande.

Após o homicídio, enquanto fugia, Marcelo trocou tiro com policiais militares, até chegar a Várzea Grande, onde se escondeu na casa de uma ex-cunhada.

Policiais da DHPP, que estavam em perseguição ao criminoso, descobriram o paradeiro dele, que, ao avistar a viatura, subiu na caixa d’água e, em determinado momento, efetuou o primeiro disparo que acertou seu queixo, cujo projétil transfixou, permanecendo com vida.

Cerca de meia hora depois, Marcelo deu o tiro fatal na cabeça, vindo a óbito dentro da caixa d’água.

 Segundo a Polícia Civil, o homem já teria tentado matar Maria das Dores Ramos há cerca de três meses, em Jaciara.

 O homem também respondia pelo assassinato de outra mulher com quem tinha relacionamento, no Paraná. Ele teria assassinado a ex-companheira com um tiro na cabeça e, logo em seguida, ateado fogo no corpo da mulher, em 2010.

 Marcelo Rodrigues chegou a ser preso em fevereiro de 2011, em Campo Grande (MS).

 Mídia News

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