Cuiabano é a única vítima com fratura após incidente em garimpo, relata médico

Após o susto que os moradores de Pontes e Lacerda e parentes de pessoas que estavam na Serra do Caldeirão tiveram na tarde de segunda-feira (19), todos os cinco feridos no deslizamento de terra tiveram alta três horas após serem atendidos. O mais grave deles é morador de cuiabá e teve uma fratura no cotovelo.

A equipe de reportagem do HiperNotícias esteve no hospital para tentar falar com as vítimas, porém todas já estavam fora de perigo e em casa. O cuiabano Adélio Aquino Correia estava entre os 10 garimpeiros que estavam no buraco de quase dez metros quando o barranco cedeu. Cinco ficaram feridos e precisaram de atendimento médico.

Ele foi o primeiro a ser atingido, por isso teve o ferimento mais grave. Um pedaço de rocha caiu sobre seu braço e atingiu seu cotovelo. Os outros quatro feridos tiveram apenas escoriações e foram logo liberados. Dois deles são de Porto Velho e outros dois de Cáceres.

Nenhuma das vítimas foi encontrada no hospital, mas o médico responsável pela unidade médica do Vale do Guaporé, Osmar Pavarine, falou que o que atrapalhou no momento da notícia foram as falsas informações enviadas pelos próprios moradores. Inclusive fotos de ladrões mortos pela polícia em 2012 foram enviadas em diversas redes sociais, como se fossem de garimpeiros mortos na Serra do Caldeirão.

“O Corpo de Bombeiros nos notificou do acidente, mas não avisou a quantidade de feridos. Logo acionamos a Secretaria de Saúde e imediatamente até médicos em folga vieram trabalhar. O trabalho de ajuda, de apoio foi fenomenal, mas eram apenas cinco feridos leves e não 40 como comentaram e graças a Deus sem mortos. A situação do alarme falso trouxe vários amigos e parentes para a porta do hospital. Felizmente nada grave aconteceu”, disse o médico.

Questionado sobre o possível desmoronamento de outros pontos no garimpo, o médico é enfático em dizer que é a favor do fechamento do garimpo, tendo em vista que 99% que trabalha no local não usa equipamentos de segurança e a ganância pelo ouro pode custar muito mais do que ele espera ganhar.

“Todos querem ficar rico, ganhar dinheiro, mas um aviso já foi dado. Aquilo ali está uma verdadeira armadilha. Eu sou a favor de fechar, principalmente para que a cidade não fique marcada como uma cidade de tragédia. Quem sobe ali tinha que estar com pelo menos capacete. Ninguém usa e o resultado da corrida pelo ouro pode custar a vida, que não tem nada que compre”, avaliou o médico Osmar Pavarine.

Já se adiantando sobre novos incidentes no local, o diretor do hospital, Lademir Crivelato, disse que o hospital é apto para qualquer situação de emergência e urgência. “Nós temos um hospital que é feito com dinheiro de amigos da cidade. Estamos com 20 médicos e temos um plantão pronto pra qualquer caso. Esperamos não precisar atender ninguém do garimpo e que nenhum acidente aconteça, mas caso eventualmente tenha, estamos prontos”, pontuou o diretor.

O local onde aconteceu o acidente na Serra do Caldeirão está abandonada nesta terça-feira (20). Sem farda, policiais fazem a escolta do local, impedindo que garimpeiros que ainda frequentam o local, desçam no buraco em busca de se aventurar e um novo acidente possa acontecer.