Paciente morre após 7 meses de espera
A paciente Lucilene da Silva, de 43 anos, morreu no domingo (3) ao esperar por uma cirurgia cardíaca. Segunda a família, ela ficou quase sete meses internada no Hospital Regional de Sinop, a 503 km de Cuiabá. A família da vítima entrou na Justiça e conseguiu uma liminar, mas a decisão não foi cumprida. Ela não resistiu e morreu com uma infecção. Atualmente, outros cinco pacientes do município também esperam há mais de três meses por cirurgia.
A Secretarial Estadual de Saúde (SES) informou que os pacientes internados no Hospital Regional de Sinop, à espera de cirurgia cardíaca, já foram regulados para Cuiabá, onde a cirurgia deve ser feita, mas não informou a data em que essas cirurgias serão realizadas. O órgão esclareceu ainda que está trabalhando para aumentar o número de vagas e reduzir o tempo de espera na fila de cirurgias cardíacas.
O Ministério Público Estadual (MPE) vai solicitar que a multa diária de R$ 5 mil por atraso no cumprimento das liminares seja paga. “Ordem de juiz não dá para discutir, é para se cumprir e o próprio estado absurdamente não cumpre nenhuma das decisões judiciais. Estamos com várias liminares deferidas e não cumpridas”, explicou o promotor de Justiça daquele município, Pompílio Azevedo.
Os familiares de Lucilene conseguiram uma liminar na Justiça determinando que o procedimento fosse realizado, ainda em julho do ano passado, mas o estado não cumpriu. O corpo dela foi levado para Maceió, onde mora a família.
O marido dela Givaldo dos Santos disse por telefone que quer um explicação sobre o caso. “Agora, quero saber porque isso aconteceu? Quem é o culpado de tudo isso e quem vai arcar com as consequências? Infelizmente, ela se foi, mas quem contribuiu para isso acontecesse vai ter que se explicar”, disse.
Segundo a administração do hospital regional, cinco pessoas estão internadas aguardando por cirurgias cardíacas, todas há mais de três meses. Dois pacientes voltaram pra casa e desistiram do tratamento. Uma das pacientes, que segue internada, é a aposentada Eni da silva, que dividia quarto com Lucilene no hospital.
A família dela também conseguiu uma decisão judicial determinando a realização da cirurgia, mas até o momento ela não foi feita. “Dei entrada no dia 23 de julho, só que já tinha sido internada antes e estou aguardando até hoje”, explicou.
G1-MT