70% dos garimpeiros de Lacerta eram criminosos, diz secretário
Sesp desocupou área pela segunda vez em menos de dois meses. Após saída das autoridades, Exército Brasileiro vai continuar na área, para garantir que o local seja novamente ocupado.
O secretário de Segurança Pública do Estado (Sesp), Fábio Galindo, destacou em entrevista sobre a desocupaçãol do garimpo ilegal de Pontes e Lacerda, que 70% dos aventureiros, que ocupavam a área na Serra dos Caldeirão, são considerados criminosos, já que tinham antecedentes criminais, ou mandados de prisão em aberto. Foi detectado que grande parte deles também armados com revólveres, pistolas, espingardas e até armas de fabricação artesanal.
Após a retirada das autoridades, militares do Exército Brasileiro (EB) fazem a segurança da área, já que as riquezas do subsolo pertencem a União.
Segundo Galindo, durante a ação policial ocorrida entre os dias 4 e 16 de janeiro, que “expulsou” cerca de 4.500 pessoas, apenas 35 pessoas foram presas, acusadas de diversos crimes, como extração ilegal de ouro e danos ambientais. Além disso, foram apreendidos diversas ferramentas e equipamentos utilizados para retirada da “riqueza”.
A Sesp informou que 500 “homens” da Polícia Militar, Civil e Federal, além de agentes rodoviários federais, Força Nacional, Ministério da Justiça, Ministério da Defesa e uma equipe da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) participaram da operação.
Após a retirada das autoridades, militares do Exército Brasileiro (EB) fazem a segurança da área, já que as riquezas do subsolo pertencem a União.
“Invadido” por cerca de 10 mil pessoas no mês de agosto de 2015, com a divulgação que o local “brotava” ouro em “buracos rasos”, a Polícia Civil registrou ao menos três assassinatos no local, além de diversos crimes como prostituição, roubo, tráfico de drogas e furtos.
A permanência do Exército tem o intuito de evitar que a Serra da Borda seja ocupada pelos garimpeiros pela terceira vez, já que na primeira operação de desocupação, ocorrida no dia 10 de novembro de 2015, as autoridades forçaram a saída de 7 mil pessoas.
CRIMES NO GARIMPO
“Invadido” por cerca de 10 mil pessoas no mês de agosto de 2015, com a divulgação que o local “brotava” ouro em “buracos rasos”, a Polícia Civil registrou ao menos três assassinatos no local, além de diversos crimes como prostituição, roubo, tráfico de drogas e furtos.
A última vítima fatal foi o comprador de ouro Humberto Martins da Costa, de 52 anos, que estava desaparecido desde dezembro do ano passado, mas teve o cadáver encontrado em estado de decomposição, amarrado ao tronco de uma árvore, no dia 15 deste mês. Com a notícia do garimpo, Humberto viajou do Pará para Pontes e Lacerda com o intuito de comprar ouro. Há informações que ele já teria movimentado aproximadamente R$ 300 mil em compras e vendas da riqueza. (LEIA MAIS AQUI).
A última vítima fatal foi o comprador de ouro Humberto Martins da Costa, de 52 anos, que estava desaparecido desde dezembro do ano passado
O comerciante teria sido morto por Paulo José Sega, de 34 anos, que foi preso nesta sexta-feira (22), na cidade de Jauru (400 km de Cuiabá). Segundo informações da Polícia Civil, o acusado e outros três comparsas teriam atraído a vítima para uma emboscada, o torturado e matado.
Os quatro fugiram com três quilos de ouro, equivalente a R$ 300 e R$ 27 mil em dinheiro. O delegado Gilson Silveira, já pediu a prisão preventiva dos foragidos na Justiça.
Já em dezembro de 2015, uma criança de 13 anos morreu baleada na cabeça, quando cuidava de um buraco, escavado pelos pais. O garimpeiro que teria alegado um “tiro acidental” foi linchado e morreu no hospital de Pontes e Lacerda. O garoto chegou a ser levado ao hospital regional de Cáceres, mas também faleceu. A Polícia Civil não prendeu ninguém.
ReporterMT