PMDB de MT leva propina de precatório
Quatro das oito pessoas denunciadas nas ações propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) em decorrência da Operação Ararath são acusadas pelo crime de lavagem de dinheiro para tentar ocultar a destinação de R$ 1,1 milhão destinado a pessoas ligadas ao PMDB. Um deles, Carlos Roberto de Miranda, era, na época, tesoureiro do partido em Mato Grosso.
Conforme os procuradores, atualmente ele é assessor parlamentar do deputado federal Carlos Bezerra, que preside a sigla no Estado. Os procuradores afirmam que o esquema começou quando os irmãos e advogados Alex e Kleber Tocantins combinaram o pagamento de propina com o então secretário da Fazenda, Eder de Mora-es Dias, para que o governo pagasse o precatório de R$ 19 milhões devidos à empresa Hidrapar.
O montante foi pago na conta corrente dos advogados e procuradores legais da empresa. Para que isso ocorresse, parte desse dinheiro tinha que chegar até pessoas ligadas ao PMDB.
Uma das saídas encontradas pelo então tesoureiro do partido foi o de falsificar um contrato de gaveta para simular a venda de uma fazenda no município de Pontes e Lacerda para o escritório de advocacia Tocantins Advocacia S/A e receber o valor de R$ 1,1 milhão pela suposta venda do imóvel rural. Para ajudá-lo na fraude, ele teria contado com o auxílio de seus irmãos Edson Ribeiro de Miranda e José Gonçalo de Miranda.
Com o contrato de uma propriedade cuja existência era desconhecida até pelos advogados, em mãos eles receberam o montante que teria sido combinado com Eder e transferiram o dinheiro para a conta bancária da mãe de Miranda. Na ação, o MPF pede o bloqueio de bens de Alex Tocantins, Kleber Tocantins e Carlos Roberto Ribeiro de Miranda no valor total de R$ 1,635 milhão.
A Gazeta