Opinião

Uma bagagem de 1096 dias

photoA exuberância do verbo viver me leva a um leque de visualizações. Afinal, como definir? É um campo de estudo que deixo a Semiótica e sua gama de ramificações responsáveis para responder uma pergunta simples. Defino simples por que cada ser vivo nesta terra tem uma maneira diferente para responder essa questão.

José Saramago, autor português, afirma que o essencial da vida é ser árvore. Sequóias vivem mil anos. Há oliveiras que são centenárias em Portugal, e muitas vezes centenárias. Tenho 22 anos e ainda me defino uma criança exposta a um Brasil gigantesco, e não consigo me visualizar em um território mundo ainda. Conheço tantos lugares, e, ao mesmo tempo, não conheço milhares de outros novos lugares no contexto nacional. É filosofando que escrevo tal texto (crônica ou artigo?). É, só sei que nada sei, do nosso famoso Sócrates.

O campo comunicacional me ampliou uma região encefálica que, talvez seja burrice minha, eu desconhecia. Certa vez, assisti um ciclo de comunicação na Universidade Federal de Mato Grosso em que o sociólogo da Comunicação Ciro Marcondes Filho esteve presente. Achei magnífico: ele fez comparações entre informação e notícia, expondo as diferenças dos dois a um certo homem simples. Para clarear a mente de quem lê, o homem simples é aquele que não entende de comunicação. Ele não precisa ser um analfabeto, pode ser um médico, por exemplo. O médico é um técnico que entende de medicina e do corpo humano e trabalha com aquilo, mas não entende os sentidos e as teorias usadas em uma notícia de mídias ou campanhas publicitárias.

Pois bem, ora o objetivo era atingir o homem simples e posteriormente, ao meu entender, aprenderemos a utilizar a comunicação em nosso favor, mas de uma maneira mais altruísta. Me pego filosofando: a quem devo ajudar? Seria uma intersecção? Devo definir isso como uma auto-ajuda? Será que foi essa a intenção do Dr. Ciro Marcondes Filho? Devo entrar em outro foco agora. Se começar a pensar demais nessa vertente, vou acabar em Lúcia Santaella e teorias de signos infinitas (não que isso seja ruim, mas o tempo neste momento é meu inimigo).

Viver, viver. Hoje faz exatamente três anos que saí da minha casa natal. Nunca imaginei ter passado por um turbilhão de coisas e sobrevivido a um oceano de emoções. Descobri, dentro de um eu-lírico, meu eu-ético/profissional. Hoje trabalho e vivo de informação (tanto na recepção, quanto na emissão). Não sou formado ainda e tenho um certo receio de me descrever como ‘jornalista em formação’, acho feio (muito feio), mas não discuto opiniões.

Hoje, mais que em outros dias, passo por mais um processo seletivo para colocar mais um pontinho no meu currículo. Os lados A e B, pólos positivos e negativos, podem ser vistos por várias óticas. Tudo depende da cultura que cada um ‘tem nas costas’. Por hora, este é o marco do meu terceiro ano de independência.

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