Indígena será chance da luta olímpica nos jogos nacionais
Cuiabá conquistou onze dos doze ouros dos Jogos Escolares; e Paranatinga outro
Uma atleta indígena da aldeia Pakuera (100 km de Paranatinga), Larissa Tywaki, de 14 anos, foi campeã de luta olímpica pelo terceiro ano consecutivo nos Jogos Escolares da Juventude, etapa estadual, realizado no último fim de semana. Com o resultado, novamente fará parte dos doze campeões mato-grossenses com vagas garantidas para a fase nacional dos jogos. Além dela, outro lutador destaque é Guilherme Carvalho, campeão pelo quarto ano seguido.
Os Jogos Escolares da Juventude, etapa estadual individual, nas categorias A e B, feminino e masculino, ocorreram de 29.06 até 03 de julho, nas modalidades de luta olímpica, judô, atletismo, vôlei de praia, tênis de mesa, xadrez, badminton, ciclismo e natação, em Araputanga, 330 quilômetros da capital de Mato Grosso. E, na luta olímpica, dentre os mais de 50 competidores, doze lutadores faturaram os ouros e asseguraram presença na fase nacional dos jogos.
Na categoria B (de 12 a 14 anos), os vencedores foram: Luana Carine e Guilherme Porto (peso leve), Jamily Almeida e Antônio Capitula Neto (peso médio) e Larissa Tywaki e Iran Carlos Milas (peso pesado). Já na categoria A (de 15 a 17 anos), os ganhadores foram: Gabriela Pereira e Kelvyn Henrique da Silva (peso leve), Wellen Neves e Igor Fernando Queiroz (médio) e Kethyle Lorenna Silvério e Guilherme Carvalho (pesado). Alguns deles ostentam medalhas no currículo.
Larissa Tywaki será uma das maiores chances da categoria B, mas também enfrentará o maior desafio da jovem carreira. Ela conquistou dois bronzes, no peso médio, nas etapas nacionais dos Jogos Escolares de 2014 e 2015. E, neste 2016, no limite da idade da categoria, quando o atleta tem a vantagem sobre os demais, devido a experiência e composição física, buscará o ouro na categoria peso pesado. Subiu do médio para o pesado devido a intensidade do treinamento.
“Nesse ano meu ritmo de treinos aumentou. Em 2014 e 15 eu morava na aldeia e isso dificultava a rotina de treinos. Eu fazia corrida todo dia na aldeia, mas só treinava técnicas de luta olímpica no máximo uma vez por semana, quando ia para Paranatinga. Em 2016 eu mudei para a cidade. Moro com minha professora de luta, Andressa Ueharo. Agora, além das corridas diárias ao redor da quadra, treino técnicas de segunda a sábado. Com mais treino minha massa muscular cresceu e por isso subi para o peso pesado”, comenta Tywaki.
Guilherme Carvalho, um campeão nato, tanto no jiu-jitsu quanto na luta olímpica, também traz na bagagem duas medalhas de bronze da etapa nacional dos Jogos Escolares. Ganhou a primeira em 2013, na categoria B, a primeira medalha da luta olímpica de MT, e faturou bronze em 2015, já na categoria A, ambas no peso médio. E, segundo ele, agora no limite de idade da categoria, aos 17 anos, vai buscar ouro no peso pesado. Tentar impingir a agilidade do médio no pesado.
“Meu treinador é o Chicão. Treino com ele desde os cerca de seis anos. Comecei com o jiu-jitsu, continuo no jiu-jitsu e, desde 2013, também na luta olímpica. E, por estratégia, nós decidimos que eu deveria subir do médio para o pesado. Geralmente o peso pesado é mais forte, mas mais lento. Então vamos tentar manter minha agilidade, velocidade e estilo de jogo do peso médio, mas com mais força, pois precisarei ganhar dez quilos para enfrentar os pesados”, diz Carvalho.
De acordo com o técnico de 11 dos 12 campeões estaduais, Francisco José Pessoa Fernandes, o Chicão, Larissa Tywaki e Guilherme Carvalho são dois dos mais fortes candidatos de MT ao ouro da fase nacional, mas os demais não ficam atrás. Segundo ele, Igor Fernando Queiroz, apelidado de “Idjão”, levou prata no ano passado, na categoria B, e vem com tudo para este ano na primeira participação na categoria A.
Junior Martins / assessoria