Política

Audiência Pública que debateu sobre a agricultura familiar em Tangará da Serra

Produtores apontam problemas na agricultura familiar em Tangará da Serra

159383Requerida pelo deputado Saturnino Masson, audiência pública debateu agricultura familiar na noite desta quinta-feira (14), no município.

Com auditório lotado, mais de 200 pessoas, entre representantes de pelo menos 40 comunidades rurais, participaram na noite desta quinta-feira (14) da audiência pública que debateu políticas públicas para a agricultura familiar, na sede Associação Comercial e Industrial de Tangará da Serra (ACITS).

Entre os principais problemas enfrentados por este segmento estão as dificuldades de comercialização dos produtos, inadimplência nos financiamentos e falta de regularização fundiária.

É o caso do produtor José Luiz Alves, que cultiva hortaliças, como alface, além de berinjelas, em uma área de cinco hectares, adquirida há seis anos, quando deixou a cidade, junto com a sua esposa Isabel Gonçalves, para dedicarem-se à lida do campo. Ele conta que nos primeiros três anos foi muito difícil comercializar nas feiras do município, assim como também existia a falta de irrigação, projeto que deveria ser implantado pelo governo.

“Hoje produzimos bem e passamos a fazer as três feiras em Tangará, depois que conseguimos furar um poço artesiano. Mas, estamos com dificuldades para pagar a terra. Com as dificuldades que passamos no começo, ficamos cinco anos sem pagar e a dívida que era de R$ 2480 ao ano, passou a ser de R$ 12 mil por ano”, conta José Luiz.

Na audiência, Aldo Atanázio da Silva, do assentamento do Antônio Conselheiro, localizado a 35 quilômetros de Tangará, conta que o assentamento que abriga 90 famílias (o segundo maior do estado, já tem 19 anos e, até agora, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não entregou o título definitivo das terras às famílias.

“Sem o título, não conseguimos fazer financiamento e nem temos capacidade de produção. Somos um povo desassistido, as políticas públicas não têm chegado até nós”, pontuou Aldo que, juntamente com a esposa e o casal de filhos, tem plantação de bananas e criação de gado de leite e corte, além de galinhas.

Para o deputado Saturnino Masson (PSDB), a discussão foi pertinente para debater e ouvir as necessidades do produtor rural da agricultura familiar, segmento que é um dos responsáveis por promover o desenvolvimento do estado.

“Estamos em busca de ações que veem ao encontro das demandas desses agricultores. Temos nessa região do Médio Norte culturas importantes de hortifrutigranjeiros, entre elas a do abacaxi, a bacia leiteira também é forte. Além disso, precisamos promover a tecnologia para que o jovem permaneça no campo”, evidenciou o parlamentar.

O secretário de Agricultura Familiar, Suelme Evangelista, informou que, desde o ano passado, o Governo do Estado já investiu R$ 2 milhões na região, no que diz respeito à infraestrutura rural. “Ouvimos os produtores e saímos daqui com outras demandas. Ressalto que Tangará tem um papel estratégico dentro da agricultura familiar, pela vocação, história e grandes oportunidades que tem para essa área”, destacou Evangelista.

Ao final do evento, foram entregues mudas de plantas frutíferas, entre elas de acerola, amora, maracujá. Também participaram do evento, o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), Luciano Vacari, que palestrou sobre a promoção da carne dentro do contexto da agricultura familiar e o professor e pesquisador da Universidade

Estadual de Mato Grosso (Unemat) Willian Krause. Ele apresentou o trabalho de extensão feito junto à sociedade, com o objetivo de entregar projetos de floricultura, olericultura e fruticultura viáveis ao produtor para que este trabalhe sem prejuízos.

O prefeito e o presidente da Câmara de Vereadores de Tangará da Serra, respectivamente, Fábio Martins Junqueira e Silvio Sommavilla, além de presidentes de sindicatos rurais, representantes de associações rurais, assentamentos, prefeituras e secretarias de agricultura, que compõe a região do Médio Norte também participaram da audiência pública.

Por Rosangela Miles

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