Polícia

Por melhor salário, militares podem parar em Mato Grosso

 

 Policiais e bombeiros militares podem realizar manifestações e entrar em greve, caso o Governo do Estado não atenda às reivindicações da categoria, que pede por reestruturação salarial e pagamento de benefícios como adicional noturno e por insalubridade.

O presidente da Associação dos Oficiais (Assof), major Wanderson Nunes de Siqueira, afirmou que as categorias se uniram para garantir a correção dos salários hoje pagos aos militares em relação a outras carreiras de nível superior, cuja defasagem chegaria a 40%.

“Esse problema de defasagem já existe há anos. Apresentamos ao Estado uma proposta de reestruturação salarial e de carreira ao Estado, que leva em consideração tanto a qualificação de cada um quanto o tempo de serviço, como já é feito em todas as outras carreiras do serviço público, mas ainda não recebemos resposta”, disse.

Siqueira explicou que os militares pensavam em cobrar as medidas apenas em 2015, em respeito ao discurso feito pelo Governo de que não havia recursos disponíveis para atendimento das reivindicações feitas.

“Mas, aí ficamos sabendo que, em abril, o Governo aprovou reajuste salarial para uma série de carreiras e não estamos mais entendendo qual a situação real do Estado”, afirmou.

De acordo com o presidente da Assof, foi aprovada na Assembleia Legislativa, em 31 de março deste ano, a mudança no regime de ingresso na carreira militar em Mato Grosso, mas não houve nenhum tipo de mudança na remuneração dada pelo serviço, em consonância com as exigências feitas.

Siqueira afirmou que, desde o mês passado, passou a ser exigido o nível superior de quem quiser ingressar na carreira militar como praça e a conclusão do curso de bacharel em Direito, para quem quiser se tornar um oficial.

O salário inicial pago a um soldado militar, de acordo com o major, é de R$ 2,6 mil.

“Como é que eu vou convencer uma pessoa que é bacharel em Direito a ingressar na carreira militar com esse salário? Eu exijo qualificação, mas não pago o que seria de acordo?”, questionou.

O major destacou que outra reclamação da categoria é quanto ao regime de trabalho.

“Não temos carga horária definida e, por isso, extrapolamos em muito a jornada permitida de 48 horas semanais, não recebemos por hora extra, adicional por insalubridade ou adicional noturno – mesmo com muitos militares trabalhando à noite”, disse.

Siqueira afirmou que, no serviço ativo, o Estado conta com 6,7 mil oficiais na Polícia Militar e aproximadamente dois mil bombeiros, que não descartam a realização de manifestações ou início de greve para serem ouvidos pelo Governo.

A decisão sobre que ações serão tomadas pelo grupo deverá ser tomada durante a assembleia-geral, marcada para o dia 13 de maio, no Ginásio Verdinho, no CPA I.

“Não descarto nenhuma possibilidade, seja greve ou manifestações”, disse.

A proposta de reestruturação está sendo apresentada aos policiais e bombeiros de todo o interior do Estado, e a categoria tenta agendar uma reunião com o governador Silval Barbosa (PMDB) até a data da assembleia, para expor os itens da pauta de reivindicação.

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