PF e MPF deflagram operação contra esquema de corrupção na JBS em MT
Suspeita é de grupo tenha fraudado a emissão de certificados sanitários entre 2010 e 2014. Segundo o MPF, empresa pagava R$ 30 mil a fiscais federais em Barra do Garças.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Mato Grosso deflagraram, nesta sexta-feira (15) a Operação ‘Porteira Aberta’ contra um esquema de corrupção na planta frigorífica da JBS Friboi em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá.
Em nota, a a J&F afirmou que a operação foi deflagrada com base em documentos entregues em 2017 por representantes da companhia. (Veja nota na íntegra ao final)
De acordo com o MPF, a suspeita é de que um esquema tenha fraudado a emissão de certificados sanitários sem a devida fiscalização no abate de animais da empresa.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na unidade. A ordem foi expedida pela Justiça Federal de Barra do Garças.
As investigações apontam que o esquema envolve propina paga a fiscais sanitários federais para evitar as fiscalizações. Na denúncia foram apresentadas cópias de e-mails que comprovam a existência do esquema.
A suspeita é que o esquema também envolva funcionários da JBS e fiscais nos municípios de Vila Rica e Confresa.
Segundo o MPF, quem denunciou o esquema afirmou que a gerente da unidade em Barra do Garças determinava que, mensalmente, fossem separados R$ 30 mil que seriam destinados a três fiscais que atuavam na região. No município, a fraude ocorreu entre 2010 e 2012.
Já nos outros dois municípios, cerca de R$ 12,3 mil eram destinados aos fiscais. O esquema teria vigorado entre 2012 e 2014.
As despesas entravam na contabilidade da empresa como “consultoria de marketing” ou “Serviço de Inspeção Federal”.
O total pago em propina, ainda não foi calculado.
Os funcionários da JBS devem responder por corrupção ativa e os servidores públicos por corrupção passiva e organização criminosa.
Veja na íntegra a nota da empresa
A J&F e executivos apresentaram, em maio de 2017, ao MPF e à PGR, no âmbito dos seus acordos de leniência e colaboração, anexos a respeito do tema que embasou a busca e apreensão na manhã desta sexta-feira.
A holding e executivos seguem colaborando com as autoridades que investigam o assunto. Entendem, porém, que deveria haver uma coordenação entre os órgãos de investigação visto que todas as informações têm sido entregues às autoridades, não justificando, portanto, uma busca e apreensão no Mato Grosso.
Cabe salientar que nenhum produto ou marca da JBS foi citado ou colocado sob suspeita pelas autoridades. A alta qualidade dos produtos da JBS é reconhecida mundialmente.
As unidades da empresa têm processos de controle rigorosos e, além de submetidas a inspeções públicas, são auditadas por clientes dos mercados interno e externo, que averiguam critérios de sanidade, qualidade, bem-estar animal, rastreabilidade e nutrição.
G1-MT