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Ex-vereador é preso em MT pela morte de policiais no PR

Crimes estão relacionados a conflitos agrários; ex-vereador está com problemas psiquiátricos

O ex-vereador Lourival Castilho Pimentel foi preso na quarta-feira (20), no município de Castanheira, a 780 km de Cuiabá. Ele é condenado pela participação na morte de policiais militares, em Campo Bonito (PR), em 1993, durante um conflito agrário.

Na época, Castilho integrava o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Segundo a defesa, ele está internado por problemas psiquiátricos.

De acordo com o processo, o caso transitou em julgado e o ex-parlamentar foi condenado pela Justiça do Paraná a 26 anos de prisão em regime fechado, não cabendo mais recursos.

A Justiça paranaense emitiu uma carta precatória para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinando que o réu cumpra a sentença no estado em Juína, a 737 km da capital.

Atendendo a essa determinação, o juiz Vagner Dupim Dias, da Comarca de Juína, expediu um mandado de prisão contra Castilho, que foi cumprido em Castanheira, onde ele mora e onde exerceu três mandatos como vereador, entre anos de 2001 e 2013.

Segundo a defesa do ex-vereador, ele está internado no Hospital Municipal de Castanheira, por problemas psiquiátricos.

A advogada Selma Pinto de Arruda Guimarães disse ter solicitado que o cliente dela possa cumprir a pena em regime domiciliar, durante o período em que estiver em tratamento.

O pedido foi negado duas vezes, porque a Justiça entendeu que o réu pode continuar o tratamento mesmo detido no Centro de Detenção Provisória.

O crime

O crime ocorreu durante a ocupação da Fazenda Santana, em Campo Bonito. No dia 3 de março de 1993, os policiais Vicente de Freitas, Algacir José Bebber e Adelino Arconti foram até a propriedade acompanhar a retirada de máquinas do local, ocupado pelo MST.

Na época, os sem-terra disseram ter confundido os policiais militares com pistoleiros por estarem sem farda.

O líder do movimento, Diniz Bento da Silva, conhecido como Teixeirinha, teve a prisão decretada e permaneceu foragido por cinco dias. Segundo o MST, ele foi morto assim que se entregou à polícia.

O caso chegou a repercutir na imprensa internacional. O Brasil foi condenado por violação do direito à vida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Ao todo, 14 policiais militares foram acusados pela morte de Teixeirinha.

G1-MT

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