Preso homem que fornecia veículos para pistoleiros financiados com vaquinha
Preso o acusado de integrar a organização criminosa, que ficou conhecida como o “grupo da vaquinha”, por arrecadar dinheiro junto a empresários para assassinar um adolescente em Poconé (104 km de Cuiabá), que vinha praticando uma série de roubos e furtos ao comércio da cidade.
O suspeito, Douglas Diego Borges, conhecido por “Xuxa”, foi detido por força de mandado de prisão, na tarde de terça (7), na cidade de Poconé. Ele é apontado como fornecedor de carro e moto aos pistoleiros que assassinaram uma mulher e um adolescente de 15 anos em 29 de maio deste ano.
O suspeito foi identificado nas investigações do assassinato de Luzia Marisangela da Silva, 28, e Gilvan Gilberto Silva, 15 anos. Na ocasião, quatro pessoas, entre elas um empresário, acusado de fazer vaquinha com os comerciantes da região para encomendar o crime, foram presas. Desde então, Douglas estava foragido, por integrar a quadrilha que praticou o crime.
Ele foi preso em via pública da cidade pelos investigadores da Polícia Civil e encaminhado a cadeia pública local.
As vítimas foram surpreendidas quando acabavam de sair do Fórum do município. O adolescente que morreu e o irmão, também menor de idade (J.E.S, 17, conhecido como Barbinha), prestavam depoimento no local sobre ocorrência anterior em que ambos foram apreendidos com armas de fogo. Em razão de menoridade, a prima (chamada por eles de “tia”) acompanhava os dois.
O trabalho de investigação da Polícia Civil apontou que o objetivo dos criminosos era matar “Barbinha”, mas o adolescente conseguiu escapar porque foi apreendido no final da oitiva no Fórum por equipe da Delegacia de Polícia de Poconé, colocado em viatura e encaminhado para ser ouvido na unidade. O irmão dele seguiu com Luzia em uma motocicleta e pela semelhança física teria sido confundido com “Barbinha”, e por isso assassinado.
Uma série de homicídios em Poconé levou a Polícia Civil a suspeitar de que estaria ocorrendo “limpeza social” na cidade. São investigadas 17 mortes violentas registradas apenas em 2018 e, conforme apurou o , há provas que confirmam a ligação de pelo menos sete delas com grupo de extermínio contratado por comerciantes locais cansados de assaltos constantes. Há indícios que comerciantes envolvidos pagavam as execuções encomendadas a pistoleiros, por isso o caso ficou conhecido como Grupo da Vaquinha.