Juiz mantém júri de fazendeira, médico e cunhado por duplo homicídios
A denúncia contra Inês, Bruno e Eder foi recebida em maio de 2024, quando também foi proferida a sentença de pronúncia. As defesas ajuizaram recursos em sentido estrito contra a decisão.
Bruno e Inês requereram o afastamento da qualificadora de motivo fútil do crime praticado contra “Polaco”, já que a suposta dívida que ele cobrava foi julgada improcedente em agosto de 2023. O juiz, porém, considerou que a dívida foi a motivação do crime e que a qualificadora de motivo fútil deve ser analisada pelo Conselho de Sentença.
“Embora a vítima tenha afirmado perante a Autoridade Judiciária que se utilizou de meios extrajudiciais para receber aluguéis em atraso e danos à propriedade da vítima, fato é que o crime foi motivado por referida dívida”, disse o magistrado.
As defesas também pediram a absolvição sumária pelo crime de homicídio qualificado contra “Polaco”, contudo, o juiz concluiu que os réus agiram com intenção de matar a vítima, apesar da arma de Inês ter ficado sem munição.
“A sentença de pronúncia foi bastante clara no sentido de reconhecer coautoria de Inês quanto ao crime praticado por Bruno. Isto é, embora a autoria de Inês seja impossível (por ineficácia absoluta do meio), sua coautoria com relação a Bruno é possível, porquanto este realizou disparos de calibre 12 direcionados a [Polaco]”, disse.
O magistrado então manteve a sentença de pronúncia e reforçou que os réus agiram com ciência de seus atos.
O caso
Inês Gemilaki, seu filho Bruno Gemilaki Dal Poz e o cunhado dela, Edson Gonçalves Rodrigues, foram denunciados pelo Ministério Público pelos homicídios qualificados das vítimas Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo.
Outras duas vítimas foram feridas, uma delas a que Inês tentava matar. Inês e Bruno estavam em um aniversário na casa de Edson quando a mulher chamou os dois. Eles saíram de carro até a casa onde estavam vítimas, todos armados. Inês entrou no local e atirou contra as 4 pessoas, conseguindo matar duas. As outras ficaram feridas, entre elas um padre.
Mãe e filho se esconderam em uma fazenda e Edson foi para outra cidade com seu irmão, esposo de Inês. Eles foram presos dias depois. Sobre o desentendimento entre Inês e a vítima que ela tentou matar, “Polaco”, a cunhada dela disse que o homem havia reclamado com Inês quando ela alugava a casa dele, sobre as condições da piscina.
Inês descobriu que o dono do imóvel estava vendo as imagens das câmeras de segurança. A mulher resolveu desligar as câmeras, já que tinha o costume de andar só de calcinha e sutiã e temia que ele já tivesse a visto nua. O homem então pediu a casa de volta e se iniciou uma briga judicial por cobrança de possíveis prejuízos.
O dono da casa perdeu o processo, mas não teria gostado da situação e daí se iniciaram as brigas e ameaças. “Polaco” teria contratado capangas para fazer as cobranças a Inês.
Fonte: GazetaDigital