Polícia

Empresário é condenado a 16 anos de prisão por mandar matar o filho em Cuiaba

morte23302O empresário Silas Caetano de Farias, de 73 anos, foi condenado a 16 anos de prisão por ter mandado assassinar o próprio filho, Érico Pufall de Farias, em maio de 2006. A sentença foi proferida pelo Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá presidido pela juíza Mônica Catarina Perri de Siqueira.

A condenação foi por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa por parte da vítima e para ocultar outro crime – quando adolescente, a vítima teria matado uma pessoa a mando do pai e, a partir daí, começou a fazer chantagem com Silas.

Durante o julgamento, duas ex-esposas deram depoimentos que, na avaliação do Ministério Público Estadual, foram decisivos para o entendimento do caso pelos jurados, além de um policial que participou das investigações.

Érico foi assassinado no dia 12 de maio de 2006, na Avenida Mato Grosso, em frente de um restaurante. Dois homens numa moto o executaram com cinco tiros, sendo um na cabeça e quatro nas costas, após ele cair no chão.

Silas já foi condenado a 13 anos de prisão pela morte de outro filho, Jorge, em 2005. Ele também cumpre pena em regime domiciliar, devido a problemas de saúde, pelo assassinato de um enteado dele.

Em dezembro, ele foi absolvido do assassinato do filho Marcelo Dias, ocorrido em 2004.

Vida dupla

Para o promotor criminal João Augusto Gadelha, o empresário levava uma vida dupla, pois tinha filho com três mulheres e colocava os filhos no mundo do crime para participar de ações criminosas como roubo de carro e golpe do seguro, que eram trocados por entorpecentes.

E também tinha uma quarta mulher, com a qual se apresentava a sociedade como um homem de bem. Essa quarta mulher, ao descobrir os crimes, se separou dele e foi morar em São Paulo.

“Levava uma vida de dupla personalidade. E demonstrava ser um bom ator porque conseguia representar muito bem”, disse o representante do Ministério Público Estadual.

O império do empresário começou a ruir quando em 2003, ele foi assaltado e espancado, e teve R$ 22 mil em dinheiro roubado. A partir daí, começou a investigar o crime e chegou até os três filhos como os autores que foram eliminados um a um.

O caso só veio à tona após o sócio dele, identificado como Aguinaldo, se rebelar e denunciar as ações criminosas.

Por causa disso, foi executado. O filho Jassan, o único sobrevivente, descobriu e foi vítima de atentado, mas sobreviveu.

O promotor lembrou que, em 1990, Silas foi condenado a 11 anos, mas reduzido para cinco. “A partir daí, começou a colocar os filhos na linha de frente e ele só administrava”, assegurou Gadelha.

Quarto filho

Silas Caetano está em prisão domiciliar por questões de saúde: sofre de pressão alta e hipertensão. Caso ele descumpra as ordens judiciais, deverá voltar para o regime fechado.

Eles enfrentará, em breve, o quarto familiar. Será julgado pela tentativa de assassinato do filho, o estudante de enfermagem Jassan Thiago Rosa Jorge, 29, atingido por sete tiros em março de 2009.

O estudante voltou para Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá) e vive com a mãe e o padrasto. A mãe apontou o ex-marido como um dos mandantes dos crimes. Na ocasião, um soldado PM foi preso como executor.

O militar chegou a se deslocar até o Pronto Socorro de Cuiabá (PSC) para ver se “o serviço estava completo”. Athaídes apareceu executado a tiros, meses depois, no bairro Altos da Serra, na Capital.

Histórico

Conforme o MPE, o primeiro a ser executado com vários tiros seria o jovem Marcelo. Na ocasião, a Polícia já tinha indícios da participação do empresário na execução.

O segundo filho a ser assassinado seria Jorge, em 2005, também em Cuiabá, executado a tiros, durante uma briga simulada. O rapaz chegou a denunciar que estava sendo ameaçado de morte pelo próprio pai.

Em sua denúncia, o MPE assinala que essas vítimas foram mortas porque sabiam dos negócios escusos feitos pelo denunciado, e também sabiam que a morte de Marcelo foi encomendada por seu pai.

O crime foi elucidado porque o filho sobrevivente relatou todos os crimes praticados pelo pai.

Midia News

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