Cenário de convenções apontam para três candidaturas ao governo de Mato Grosso; vices são incógnitas
Pelo menos três dúvidas de considerável relevância vão atormentar corpos e mentes dos principais dirigentes partidários de Mato Grosso, até o final da noite da próxima segunda-feira (30/06): a manutenção ou não da candidatura do deputado estadual José Geraldo Riva (PSD) ao governo de Mato Grosso; a definição dos candidatos a vice-governador do ex-vereador Ludio Cabral (PT) e do próprio Riva; o destino do ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB), ‘rifado’ da disputa majoritária pelos peemedebistas.
Para insegurança de alguns candidatos a cargos majoritários, com exceção de PDT, PSC e PV todos os demais deixaram os livros ata em aberto. Os convencionais de PMDB, DEM, PSDB, PTB, PPS, PP e PSB autorizaram que os livros atas ficassem em aberto, permitindo que as executivas regionais a tomam a decisão formal até segunda-feira sobre os rumos da coligação.
A explicação oficial para não ‘amarrar’ os livros ata enquanto não chegar à data-limite das coligações – 30 de junho – estaria na costura para a composição das chapas proporcionais: Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Em geral, sobram candidatos e faltam vagas.
A aliança de oposição, liderada por Pedro Taques, optou por formar três chapas de deputado estadual e um chapão para federal, o que deve resultar em mais de 200 nomes na disputa proporcional.
A ‘senha’ dada pelo Diretório Regional do PTB, no final da manhã desta sexta-feira (27/06). O presidente da Executiva Municipal e coordenador da convenção, Carlos Eduardo Haddad, o ‘Tuba’, pediu aos convencionais permissão para preencher os livros ata somente em 5 de julho. Em poucos minutos, a informação por ligações de celulares e whatsapp se espalhou pelas outras convenções que ocorriam.
Na reunião tucana, no auditório Arara Azul do Hotel Fazenda Mato Grosso, o deputado federal Nilson Leitão, presidente da Executiva Regional, acionou os demais dirigentes para deixarem os livros em aberto. Como fizeram suas convenções bem cedo, no auditório Ana Maria do Couto May, na Câmara de Cuiabá, PSC e PV já teriam preenchido tudo e não puderam desfrutar da estratégia.
No PSB, a confusão de informações por pouco não fez o ex-prefeito Oscar Bezerra, de Juara, marido da deputada estadual Luciane Bezerra, ser registrado na chapa para a Câmara Federal. Por intervenção direta do ex-prefeito Adilto Sachetti, que desistiu da disputa para deputado federal, o equívoco foi consertado.
Efeito Riva
Na base aliada do governador Silval Barbosa (PMDB), duas pré-candidaturas são concebidas para enfrentar a chapa da oposição: Ludio Cabral (PT) e José Riva (PSD). Ambas não têm candidatos a vice-governador, após o empresário rural Rogério Ferrarin (PMDB) alegar “motivo de força maior, em família” não fazer parte da chapa encabeçada por Ludio.
Já Riva não possui vice nem candidato ao Senado. Ele estaria a um passo de fechar aliança com um grande partido, mas as recusas públicas de PTB e PSDB fizeram-no calcular melhor o formato do diálogo com os possíveis futuros aliados, para não mais ser apanhado no contrapé.
Dirigentes partidários de diferentes matizes entendem que a entra de Riva no processo ‘bagunçou o cenário’, na disputa pelo Palácio Paiaguás.
“Nada será como antes. Lógico que Taques continua favorito, mas é uma situação nova e que deve ser analisada com cuidado”, admitiu o deputado federal Júlio Campos, presidente do DEM. Júlio não vê chances, todavia, de Riva conquistar grandes partidos da aliança de Taques.
Para o deputado federal Nilson Leitão, comandante tucano, o ingresso de Riva na disputa é um ingrediente a mais. “Ele é a tão propalada ideia de terceira via. Mas, na última hora, difícil vingar”, observou Leitão. Porém, avalia que é importante “tomar o máximo de cuidado” com os passos de Riva.
Já o senador Pedro Taques tomou o cuidado de não citar Riva nominalmente, mas cobrou explicações públicas do deputado estadual Adalto Freitas, o ‘Daltinho’, que levaram o Solidariedade para a aliança com o PSD. “Até hoje de manhã nós tínhamos o Solidariedade ao nosso lado. Mas, por motivos outros, eles foram para o lado de lá. Mas um dia iremos saber que motivos são esses. São cosias de uma política que não queremos praticar”, cobrou Taques, deixando no ar questionamentos contundentes.