Silval diz ter sido vítima de terrorismo e lamenta declarações de Janot
Governador critica busca e apreensão feita em sua residência
O governador Silval Barbosa (PMDB) classificou de “terrorismo” a ação de agentes da Polícia Federal que decidiram prendê-lo na quinta fase da Operação Ararath por conta de arma em sua posse que não estava regularizada. O peemedebista foi alvo de mandado de busca e apreensão na quinta fase da Operação Ararath, que investiga um amplo esquema de lavagem de dinheiro em Mato Grosso.
A busca e apreensão foi autorizada naquela ocasião pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli. “Estou tranquilo em relação a todas essas investigações. Lamento o terrorismo que fizeram na minha casa, tudo aquilo foi uma arbitrariedade. Foram lá e apreenderam uma arma que não tem nada a ver com o caso. Mas, confio nas instituições e quero crer que tudo isso vai ser esclarecido”, declarou.
Na última visita feita a Cuiabá no começo do mês pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, informou que investigados na Operação Ararath da Polícia Federal estão descumprindo a medida restritiva de direitos impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe, por exemplo, que investigados conversem entre si. Se o caso for confirmado, o Ministério Público Federal (MPF) pode pedir a revogação de medida cautelar e de prisão preventiva, mas ninguém foi citado nominalmente por Janot.
Silval afirma que está tranqüilo e não teme que algo de grave possa acontecer. “Primeiro, ele fala em investigados, mas não sei quem é investigado e não posso falar por analogia, quero trabalhar no fato concreto. Acho que essa é uma declaração infeliz. Ele vir aqui falar isso, não sei qual é o objetivo”, declarou.
O governador ainda ressaltou que não há nenhuma determinação judicial proibindo de manter contato com determinadas pessoas que estão no rol dos investigados. “Não estou proibido de falar com ninguém, falo com quem eu quiser. Quem tem alguma restrição de falar, por exemplo, é o deputado José Riva. Eu não tenho e, se quiser ligar para ele, posso ligar, não estou proibido de falar com ele, é ele quem tem essa restrição”, afirmou.
Arrolado como testemunha de defesa do ex-secretário de Estado, Eder Moraes, em ação penal que tramita na Justiça Federal, Silval afirma que ainda não sabe como proceder. “Meus advogados estão cuidando disso e não tenho como antecipar porque não sei o que devo responder”.
Fonte: Folhamax