Aécio Neves “mima” Jayme e elogia empenho de Mendes

O candidato à presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, participou de uma caminhada no Centro de Cuiabá, na tarde de ontem terça-feira (19). 

Acompanhado de comitiva do candidato a governador Pedro Taques (PDT), o tucano discursou na Praça Ipiranga, região central da cidade, e fez questão de declarar sua admiração por dois apoiadores de Taques: o senador Jayme Campos (DEM) e o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB).

Na tentativa de minimizar atritos internos da coligação “Coragem e Atitude para Mudar”, Aécio afirmou que a carreira política de Jaime não está encerrada após sua renúncia à disputa pela reeleição no Senado, e que conta com seu apoio para governar o Brasil, caso seja eleito. 

Jayme deixou corrida eleitoral após se desentender com o grupo liderado por Mendes, em julho.

“O Jayme é um defensor intransigente das coisas de Mato Grosso no Senado Federal. Eu aprendi a respeitá-lo muito, e o seu desprendimento nessa eleição é mais um gesto da sua extraordinária dimensão política. Mas não ache que está encerrando essa carreira, porque eu vou ganhar essas eleições e vou precisar de todos vocês para juntos construirmos um novo tempo no Brasil”, afirmou.

O presidenciável também “rasgou” elogios ao prefeito da Capital, que é coordenador-geral da campanha de Pedro Taques.

Mesmo em expediente na prefeitura, não teria deixado de ajudar na programação e organização da visita a Mato Grosso. 

“Quero agradecer a solidariedade do Mauro Mendes, que, desde o início da nossa caminhada nos acompanha. Porque, no fundo, representamos a mesma coisa: mudança, seriedade, trabalho, e transformação na vida das pessoas”, disse o tucano.

A Pedro Taques, o candidato a presidente reiterou o pedido de apoio, mesmo tendo consciência de que o colega de Congresso terá que ceder palanque para quase todos os presidenciáveis, por conta das coligações nacionais. 

Aécio chegou a marcar uma nova visita a Mato Grosso, que deve ocorrer, segundo ele, 12 dias antes do pleito, que ocorre em 5 de outubro.

“Pedro, talvez eu volte aqui a 12 dias da eleição, porque hoje estamos a 45 dias de uma decisão extremamente importante. O que está em jogo não é a eleição daquele partido, mas a opção que o Brasil vai fazer. Ou vamos continuar vendo o Brasil sendo desgovernado por um grupo político que abriu mão de um projeto transformador do país para se contentar, única e exclusivamente, com um projeto de poder. Por isso, vemos esse vale tudo que estamos assistindo na cena política brasileira”, completou.

De olho no 2º turno

Aécio Neves não fez questão de esconder a perspectiva de que o pleito seja levado para o segundo turno e fez duras críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). 

O candidato do PSDB afirmou que o Brasil é o país que menos cresce na América do Sul, tendo a inflação como maior vilão da população menos favorecida financeiramente.

De acordo com ele, os indicadores sociais pararam de crescer e a Segurança Pública tornou-se motivo de preocupação da sociedade em geral, já que a omissão do Governo Federal teria levado o tema à lista de prioridades de investimentos dos brasileiros.

“A Saúde é dramática porque o Governo Federal, a cada ano que passa, investe menos. E na Educação, estamos nos últimos lugares do ranking mundial. Esse é o retrato cruel do Brasil. Mas o problema é o Governo que perdeu a capacidade de transformar”, disse. 

Governo pluripartidário

Aécio também afirmou que, caso seja eleito, seu Governo não será formado por pessoas que fazem parte da sua aliança partidária, mas por técnicos e especialistas das áreas afins. Ele declarou que, eleito presidente, irá extinguir parte dos 39 ministérios.

“Se eu vencer as eleições, não quero fazer um Governo de um partido ou de uma aliança, vou fazer um Governo com os melhores brasileiros dispostos a resgatar a dignidade e a eficiência da gestão publica. Vou cortar pela metade esses vergonhosos 39 ministérios que nada servem à população, mas beneficia apenas meia-dúzia de aliados do Governo. Vamos restabelecer a meritocracia, com gente qualificada, para ajudar o Brasil ir adiante”, afirmou.

Midia News