Opinião

Agência de pesquisas do exército americano quer simular cérebro humano

cerebro-artificial-20130820-size-598A Darpa é uma agência de pesquisas do governo americano voltada exclusivamente ao desenvolvimento de tecnologias para uso militar. Ela é conhecida por financiar pesquisas ainda em estágios iniciais, mas com potencial de incrementar o arsenal americano no futuro. Entre as tecnologias desenvolvidas pela agência, está uma série de robôs desenhados especialmente para os campos de batalha: eles são capazes de carregar enormes quantidades de equipamentos, correr em alta velocidade, disparar armas e voar livremente. Agora, a agência quer dotar seus robôs de um cérebro artificial semelhante ao dos homens.

Um novo documento divulgado pela Darpa exorta os cientistas a contribuir para o desenvolvimento de um computador que simule o neocórtex humano, a região cerebral responsável por uma série de funções cognitivas superiores, como raciocínio lógico, linguagem, percepção e consciência.

O desenvolvimento da inteligência artificial não é novidade, e já levou à construção de computadores capazes de reagir de forma independente a informações do ambiente. Os algoritmos desenvolvidos até agora, no entanto, não dão completa autonomia à máquina, e sua capacidade de aprendizado não chega perto da humana. Por isso, os pesquisadores do Darpa pretendem estudar como um computador pode imitar o funcionamento do cérebro dos mamíferos, analisando, compreendendo e respondendo ao mundo ao seu redor.

No documento, a agência pede a cientistas americanos sugestões de novos conceitos e tecnologias que possam levar ao desenvolvimento do que eles chamam de Processador Cortical. “A Darpa está analisando uma nova abordagem, baseada no neocórtex dos mamíferos, que é capaz de assimilar as estruturas temporais e espaciais de forma eficiente e resolver, rotineiramente, problemas de reconhecimento extraordinariamente difíceis”, afirma o documento.

Os pesquisadores sabem que a compreensão completa do funcionamento do cérebro está além do estado atual da ciência. Eles dizem, no entanto, ser possível identificar e desenvolver uma série de algoritmos que simulem o aprendizado e a atuação das redes de neurônios. “Os algoritmos inspirados pelos modelos neurais, em particular do neocórtex, poderiam reconhecer padrões espaciais e temporais complexos e se adaptar a um ambiente em transformação.”

Segundo o documento, o novo Processador Cortical deverá ser genérico o suficiente para servir a uma grande variedade de tecnologias criadas pela agência, desde sistemas de visão até — é claro — o controle de robôs.

 

 

 

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