Agosto sangrento: 10 assassinatos em uma semana em Cuiaba e região
Foram seis mortes na Capital e quatro em Várzea Grande. Desse total, foram quatro latrocínios – nunca um início de mês teve 40% de latrocínios (roubo seguido de morte) e o restante, homicídios.
Levando em conta que o latrocínio é um dos marcos da criminalidade, segundo a Polícia, a Grande Cuiabá está violenta como nunca.
A situação considerada mais grave é a de Várzea Grande, que teve três dos quatro latrocínios.
Segundo policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as investigações iniciais apontam latrocínio onde houve a intenção de praticar o roubo.
“O latrocínio é caracterizado pela intenção de praticar o roubo, mesmo que ele não seja concretizado”, explicou um policial da DHPP.
O policial lembrou que, enquanto os homicídios estão relacionados com o tráfico de entorpecentes – geralmente, a vítima era usuária e teve atrito com traficantes -, o latrocínio aponta uma situação de descontrole, quando bandidos estão matando pessoas trabalhadoras para roubar.
E, em dois casos, apenas a tentativa, quando as vítimas reagiram e foram executadas a tiros.
Os latrocínios ocorreram em sequência, numa perspectiva de que não teriam mais fim.
Roubo e morte
O primeiro dia de agosto já foi marcado por latrocínio. No Jardim dos Estados, em Várzea Grande, a professora e coordenadora escolar Ana Auxiliadora de Assunção, de 49 anos, foi assassinada a tiros por dois rapazes que estavam numa motocicleta.
Os bandidos invadiram uma residência na Rua Boa Vista e renderam mãe e filha. Esta começou a gritar e os ladrões atiraram e foram embora sem nada roubar.
Baleada no tórax, Ana Auxiliadora foi levada ao Pronto Socorro de Várzea Grande, onde morreu, cerca de duas horas depois.
Familiares disseram que eles a levaram ao PSVG, pois o Samu estava demorando demais e eles temiam que não pudessem socorrê-la.
Ainda no dia 1º, na parte da manhã, o corpo do aposentado Tarcílio Clorito dos Reis, de 40 anos, foi localizado numa casa desocupada no Capão do Pequi, na zona rural de Várzea Grande.
Ele tinha sido morto por espancamento na cabeça, por um morador que lhe roubou o dinheiro da aposentadoria e também a bicicleta.
No final da madrugada seguinte, o chacareiro Manoel Joaquim Marques de Oliveira, de 49 anos, foi morto com um tiro ao reagir a um assalto, em sua residência, na região da Ponte de Ferro, em Cuiabá.
A esposa relatou que o chacareiro foi rendido por dois rapazes, sendo um deles armado com um revólver, que exigiu as chaves do Fiat Uno.
A vítima reagiu e partiu com uma caixa de som em direção ao bandido, que atirou. Ferido, o chacareiro morreu no local.
Midia News