Após 15 horas de espera idosa morre em box do Pronto Socorro de Várzea Grande
O assunto é trágico! E o que é pior: está virando rotina no Sistema de Saúde de Várzea Grande. Familiares afirmam que a negligência médica do Pronto Socorro Municipal fez mais uma vítima. Desta vez foi a idosa Josefa Lopes de Souza, 76, que faleceu na madrugada de ontem quarta-feira, 21, depois de aguardar por mais 15 horas por atendimento.
Elen Lopes, filha da vítima, informou que dona Josefa deu entrada por volta das 2 horas de segunda-feira, 19, no PS da cidade e ficou aguardado, agonizando e contorcendo de dores por cerca de 15 horas em uma maca no box.
A idosa chegou na instituição reclamando de falta de ar e fortes dores, quando o enfermeiro aplicou um soro com remédio para amenizar a dor. O médico mesmo só foi verificar a paciente na noite de quarta-feira, 20. Na ocasião, ele informou que a mulher teria que ser encaminhada imediatamente para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O drama começou quando o próprio médico falou que não tinha leito disponível para aquela paciente, desta forma teria que aguardar no box.
“Passado algum período fui olhar a minha mãe, quando vi que ela esta muito gelada, corri e chamei médico de plantão, quando ele me respondeu a temperatura do ar-condicionado esta afetando a temperatura do corpo dela. Assim eu a cobri para ela não passar, mas quando amanheceu, e eu ainda estava a espera de um encaminhamento para UTI, percebi que a minha não se movia, nem respirava e estava toda roxa” – relata.
Elen diz que saiu gritando pelo PS, e chamou a enfermeira que tirou o lençol e me disse que ela tinha falecido. “Eu quero justiça. Isso foi negligência médica, esse Pronto Socorro tem que ser fechado, estão matando gente por falta de atendimento”, relatou indignada com o descaso a filia da vítima.
O diretor clínico do Pronto Socorro de Várzea Grande, Edson Anchieta disse que é impossível que uma paciente fique a espera de uma UTI por 15 horas, já que havia médicos de plantão naquele período. Ele também informou que não sabia do caso da mulher falecida e que se houver alguma denúncia de negligência é para ser encaminhada para o Conselho Regional de Medicina (CRM), ao Ministério Público Estadual ou a Polícia.
No ultimo dia 11, Marçal Nacano, 79 anos, por traumatismo craniano, decorrente de um acidente de moto em Várzea Grande. Na avaliação dos familiares, ele foi mais uma vítima da negligência do atendimento do Pronto-Socorro Municipal. Para Fátima Maria Nacano, filha da vítima, a falta de atendimento adequado foi a principal causa de morte do seu pai. Os relatos apontam que ele ficou 12 dias passando dor, fazendo exames, com falta de medicamento.
Outro caso rumoroso aconteceu no final de abril. Uma jovem grávida morreu em um hospital de Cuiabá após ter procurado atendimento médico no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande. Patrícia Alves da Costa, 20, e o bebê, uma menina, morreram. A menina foi examinada e recebeu uma injeção antes de ser mandada de volta para casa. Em casa, no bairro São Simão, a jovem voltou a sentir dores e foi levada pela família ao Hospital Santa Helena, em Cuiabá. Examinada, ela foi informada que o bebê que esperava tinha morrido e que precisaria passar por uma cirurgia para retirada da criança. Na mesa de cirurgia a jovem perdeu muito sangue, teve parada cardíaca e morreu.