Assassino é condenado a 44 anos de prisão por morte de neto e avó
Carlos Henrique foi condenado a 44 anos de prisão pela morte do garoto Ryan e sua avó em 2012
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Preso desde o dia 11 de novembro de 2012, o técnico em informática Carlos Henrique Costa de Carvalho, 25, foi condenado a 44 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, no júri popular realizado nesta terça-feira (20), no Fórum de Cuiabá. Foram quase 10 horas de julgamento.
Por ciúmes da ex-namorada Thassya Alves da Silva, 25, ele matou o filho e a mãe dela, Ryan Alves Camargo, 4, e a professora Adimárcia Mônica da Silva Alves, 44. O duplo assassinato foi praticado por ele namanhã de um domingo quando invadiu, pela janela, a casa onde a ex morava com o filho e com a mãe, na rua São Cristóvão, no bairro Dom Aquino, na Capital.
Ele foi preso no mesmo dia do crime, e urante a instrução processual, ele confessou em detalhes como matou a ex-sogra a facadas e depois ateou fogo no corpo dela para na sequência levar o garotinho nu até a ponte sobre o Rio Cuiabá, onde jogou o ex-enteado para morrer afogado.
Durante o julgamento nesta terça-feira, ele até tentou mudar a versão para negar a autoria do crime. Chegou a dizer que foi ameaçado dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) para confessar o crime. Contudo, tal versão não conveceu os jurados que participaram do júri popular iniciado às 8h.
O julgamento presidido pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da da 1ª Vara Criminal da Capital. A magistrada negou ao réu o direito de recorrer de recorrer em liberdade. Carlos terá que cumprir pelo menos 2/5 da pena, o que equivale a 17 anos e 6 meses, para só depois a defesa solicitar o benefício da progressão de pena. Ele foi denunciado, julgado e condenado por duplo homicídio triplamente qualificados.
Otmar de Oliveira |
Pai do garoto Ryan, Lauro Pereira Camargo, disse que a “Justiça dos homens” foi feita. Ele ficou satisfeito com a condenação, mas disse que esperava uma pena ainda maior. “Estamos satisfeitos pelo rigor do júri e pela juíza Mônica Catarina Perri que foi firme sempre que a defesa dele tentou relaxar a prisão”, disse Lauro ao Gazeta Digital.
Ele também parabenizou o trabalho da imprensa que sempre noticiou o andamento do processo impedindo que o caso “caísse no esquecimento”. O crime foi praticado no dia 11 de novembro de 2012 e 9 meses depois já foi julgado.
Existem casos de crimes tão graves e chocantes quanto a morte de Ryan e sua avó e aguardam há mais de anos e ainda não foram jugados. Nesse sentido, Lauro acredita que a ampla divulgação ajudou a “pressionar” o Judiciário. “Agradecemos a vocês da mídia pela agilidade que sempre existiu na divulgar do caso. Devido a isso, acabou colaborando. A Justiça veio no tempo certo. Agradeço também a Deus por isso”, enfatizou o jovem.
Desde a morte brutal do filho e da ex-sogra, crime que causou revolta e chocou a sociedade pela crueldade, Lauro Camargo começou a usar as redes sociais para fazer campanhas pedindo justiça pela morte do filho e da professora Admárcia.
Ele passou a compartilhar várias matérias e fotos sobre o assunto. Agora, se diz satisfeito e agradece a todas as pessoas que pediram Justiça para o assassino.
No julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e a autoria delitiva e por isso não absolveu o acusado e nem reconheceu que o réu agiu sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima Adimárcia, como foi alegado por sua defesa que pedia a absolvição.
Nos 2 casos, entendeu ainda que o crime foi cometido por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Garoto Ryan foi jogado de cima da ponte dentro do Rio Cuiabá, onde morreu afogado
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“A culpabilidade do réu é acentuada. Tomado pelo ódio e seu desmedido descontrole, na madrugada do dia dos fatos foi até a casa da vitima Adimárcia a procura da sua ex-convivente Thassya.
Como a vítima se negou a abrir a porta, o réu adentrou na residência pela janela, se apoderou de uma faca na cozinha, partiu para cima dela e lhe efetuou diversos golpes. Ainda não satisfeito, o réu premeditadamente foi a um posto de combustível, comprou etanol, jogou no corpo da vitima Adimárcia e ateou fogo, deixando-o parcialmente carbonizado.
Segundo sua versão em juízo, assim procedeu com o propósito de apagar as digitais da vitima. Em seguida, como o menor Ryan havia acordado com o barulho e presenciado os fatos, o réu, temendo ser delatado por ele, o levou à ponte do Rio Cuiabá, de onde o atirou no rio”, diz trecho da sentença assinada pela juíza Mônica Perri Siqueira.
A defesa de Carlos Henrique, a cargo da advogada Vládia Maria de Moura Soares Sanches, disse que vai recorrer da sentença. O prazo para ingressar com recurso é de 5 dias.
Gazeta Digital