Bacharel de direito volta a ser réu em ação por venda de sentença
O bacharel em Direito, Tiago Vieira de Souza Dorilêo, acusado de “exploração de prestígio”, por suposto intermédio de venda de sentença, será processado pela Justiça. Ele foi um dos denunciados na “Operação Asaf”, desencadeada pela Polícia Federal de Goiás para apurar crimes de tráfico de drogas. A decisão é da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que, por unanimidade, acatou o recurso interposto pelo Ministério Público.
Um dos desdobramentos da operação foi a suspeita de venda de sentença por magistrados de Mato Grosso a traficantes. Tiago Dorilêo foi absolvido, sumariamente, na Primeira Instância, sob o argumento de que não havia provas suficientes do seu envolvimento na intermediação da suposta venda de sentença.
No entanto, o relator do processo, desembargador Alberto Ferreira de Souza, entendeu que o Ministério Público Estadual tem razão quando afirma que o juiz Hélvio Carvalho Pereira “proferiu, ao arrepio da lei e dos princípios que norteiam a Administração Pública, sentença sem conteúdo jurídico concreto, porquanto decidiu questão de mérito em momento totalmente impróprio”.
A defesa de Tiago alegou, preliminarmente, que o recurso interposto pelo MP não cabia, por ser intempestivo. A preliminar não foi acolhida pelos desembargadores que, no mérito, deram “provimento ao recurso, a fim de determinar o regular prosseguimento do feito em relação ao apelado Tiago Vieira de Souza.
Neto do desembargador falecido do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Ernani Vieira de Souza, o bacharel de Direito é apontado pela Polícia Federal como “lobista de sentenças”. Tiago Dorileo é suspeito de ter negociado com o juiz federal Julier Sebastião da Silva para beneficiar a construtora Encomind na emissão de certidões negativa de impostos, fato descoberto durante a deflagração da 3ª estapa da operação Ararath, além do processo em que agora volta a figurar como réu
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