Batalhão em Cuiabá pode se tornar espaço de cultura e lazer
O 44º Batalhão de Infantaria Motorizada de Cuiabá (44º BIM) pode se tornar um ambiente de lazer para a população. O governador Pedro Taques (PSDB) já enviou uma carta para o Exército Brasileiro em que oferece uma área em permuta e relata a intenção de tornar o quartel um espaço de convivência social.
Localizado na Avenida Lava Pés, no bairro Goiabeiras, o 44º Batalhão é um patrimônio histórico de 95 anos – e agora poderá se tornar mais um ponto turístico da capital.
De acordo com o secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, a proposta do governo é, inicialmente, criar um museu para contar a História do Exército em Mato Grosso.
“Vamos pensar e planejar, com urbanistas e arquitetos, a melhor forma de aproveitar o espaço, para que a população possa ser atendida tanto na área cultural, como em opções de convivência e lazer. Pretendemos também criar um museu onde serão expostos os artefatos e objetos usados pelas Forças Armadas – e onde deve ser contada a Historia do Exército. Além disso, a área poderá ser usada como teatro, escola de artes e local para exposições, entre outras funções”, explicou.
De acordo com o secretário, o interesse da parte do Governo do Estado se deu porque se trata de uma área de 240 mil m², muito bem localizada e de fácil acesso. Além disso, é uma área tombada, que abriga um “patrimônio extraordinário”, que conta a História de Mato Grosso e do Exército.
Leandro Carvalho afirmou que, caso não seja aprovada a permuta, o governo já pensa em outros locais que serviriam para isso – e cita o Parque Mãe Bonifácia como exemplo. Mas ele se diz otimista quanto à negociação, já que o governo já tem um local para onde possa ser transferido o batalhão.
“O Governo do Estado assinou um documento se comprometendo a entregar um imóvel com toda a estrutura e instalações necessárias para o funcionamento do batalhão. A proposta inicial é um imóvel no Centro Político e Administrativo, ao lado do Fórum de Cuiabá, de propriedade do Governo de Mato Grosso, com 209, 9 mil metros quadrados de área bruta”, disse.
O general de brigada e comandante da 13º Brigada de Infantaria Motorizada, José Carlos Braga de Avellar, disse, em entrevista aoMidiaNews, que não vê motivo para que a permuta não se concretize.
“Desde que seja bom para o Governo do Estado, desde que seja bom para a população, para o cumprimento constitucional do Exército, seja bom para os jovens que vão ingressas no serviço militar – pois todos os anos temos jovens de Cuiabá e Várzea Grande se alistando -, enfim, se for bom para todos, não vejo motivo para que isso não aconteça” diz.
O general diz que não cabe a si a decisão – e que a carta de intenção do governador é apenas o primeiro passo de todo um processo.
“Tudo que envolve patrimônio, no caso uma troca patrimonial, tem que ser estudado pelos dois órgãos maiores do Exercito. Um deles é o Estado-Maior, que faz todo o planejamento estratégico de médio e longo prazos. É ele quem estuda e decide, sob a chefia do comandante em Brasília. E o outro órgão importante nesse caso é o Departamento de Engenharia e Construção, que é quem dará a palavra técnica normativa a respeito”, explicou.
“A proposta feita pelo governo, nós a transmitimos para o Comando Militar do Oeste – que é quem enquadra Mato Grosso e Mato Grosso do Sul quando eles se manifestam. Isso segue para o Departamento de Engenharia e Construção. Somente de posse desses dois pareces é que vai para o Comando Maior, que deve integrar isso à politica nacional do Exército e entregar o caso para o comandante, que vai dar a palavra final, ou seja ele é o numero um do Exército, ele é quem vai decidir sobre a troca em ultima instância”, completou.
Avellar disse que ainda não há nenhuma proposta detalhada por parte do Governo do Estado.
“No momento, o governo estuda qual projeto deva ser executado. Então, o Departamento de Engenharia e Construção vai devolver a carta e dizer quais são os passos que devem ser seguidos, de tal forma que a proposta seja efetivamente estudada em seus detalhes”, diz. “Não é um processo rápido, pois não é algo que acontece todos os dias”.
“Nós não temos por que não acreditar no Governo do Estado, então esperamos uma proposta de um lugar para irmos, em que a estrutura seja boa. Se for desse jeito, não há por que dizer não”, afirmou.
O local
O general explica que, caso for aceita a permuta, ainda há muito há ser discutido.
“A proposta do governo sobre o novo local ainda não está detalhada. O local dará as mesmas condições de segurança? Em torno do local a segurança pública é complicada? Vai passar ônibus no entorno? Existe saneamento, eletricidade? Todos esses aspectos deverão ser analisados após uma proposta completa do Governo do Estado”, explica.
“Deve ser um local de boa estrutura, em uma boa área do ponto de vista ambiental, que tenha acesso de transporte municipal bom, além de residências novas, pois no entorno do 44º BIM existem hoje residências para militares que vêm de fora. Essas casas não pertencem a eles, são casas que pertencem à União”, explica.
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