Bloqueios em BRs deixam 4 cidades de MT sem combustíveis
Como reflexo da greve dos caminhoneiros que bloqueiam rodovias federais e estaduais de Mato Grosso há 3 dias, algumas cidades já começam a enfrentar escassez e até falta de alguns itens como combustíveis e alimentos. No Estado, já são 22 bloqueios em diferentes cidades o que impede a circulação de carretas e caminhões que fazem o abastecimento de supermercados e postos de combustíveis.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), já está confirmada a falta de combustíveis em 4 cidades mato-grossenses: Diamantino, Paranatinga, Tapurah e Tangará da Serra. Ao Gazeta Digital, o diretor executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares Junior, informou que em Sinop, deve acabar nesta quinta-feira (24).
Como reflexo dessa situação, postos de várias cidades mato-grossenses já registram filas de veículos para abastecer. Em Cuiabá, na tarde desta quarta-feira (22), também houve filas em vários estabelecimentos. “Tenho conversado com donos de postos dessas cidades e está tendo filas nos postos, muita procura”, informa Soares que não acredita na possibilidade de os donos de postos aumentarem o preço nas bombas por causa do estoque reduzido e a grande procura.
“O volume é tão pequeno que nem vale a pena ficar preocupado com isso agora. E de certa forma todo mundo está apoiando o movimento e ninguém vai querer usar desse artifício para ter uma margem melhor. Não é o objetivo”, pondera ele ao explicar que existe combustível, mas os comerciantes não estão conseguindo receber e entregar. “Os combustíveis não chegam aos postos por causa dos bloqueios”, explica.
Por enquanto, a falta não é geral, mas a situação tende a se agravar se os bloqueios nas rodovias continuarem pelos próximos dias. Em alguns postos falta etanol, mas tem gasolina e dessa forma os estabelecimentos não fecham por causa disso. Em Sinop, por exemplo, alguns postos já estão com falta de etanol, mas ainda têm gasolina, óleo diesel e diesel S10. Ou seja, por enquanto não é uma falta por completo. No município de Primavera do Leste houve falta de combustível para o transporte escolar que não circulou em alguns bairros deixando parte dos alunos sem aula nesta quarta-feira.
Outra preocupação é com o fornecimento de gás de cozinha, cujo transporte também depende de caminhões. Em algumas cidades do interior já falta gás desde esta terça-feira (22). Se os bloqueios continuarem, dentro de 2 dias Cuiabá deve registrar falta de gás nas revendas. Algumas delas ainda têm o produto estocado e por isso o preço do botijão pode sofrer reajustes.
No setor de supermercados já existe preocupação com uma possível escassez de produtos se a greve dos caminhoeiros continuar pelos próximos dias. A Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat) informou que está acompanhando o protesto nacional de caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel. Mesmo com o esforço do setor supermercadista para garantir o abastecimento da população, a entidade já identificou alguns itens que podem sofrer desabastecimento, como carnes e verduras.
“O setor está torcendo para que grevistas e Governo Federal cheguem a um acordo o mais rápido possível, evitando assim que a população sofra com a falta de produtos de necessidade básica e que ocorra aumento de preços ao consumidor final”, informa a entidade em nota.
Diante da mobilização dos caminhoneiros que estão bloqueando rodovias em todo o Brasil, o governo convocou uma reunião nesta quarta-feira para discutir a paralisação dos caminhoneiros. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil),Valter Casimiro Silveira (Transportes) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) concordaram em conversar com os presidentes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Mario Rodrigues, da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes. “A gente está trabalhando duramente, o nosso presidente da Federação participou hoje durante o dia todo de uma audiência pública no Congresso e está reunido com o ministro de Minas e Energia, reunião grande em Brasília com todos os setores para decidir o que se pode fazer para resolver a crise”, destaca o diretor do Sindipetróleo Nelson Soares ao comentar sobre a participação do representante do setor na reunião com os membros do staff do presidente Michel Temer (MDB) em Brasília.
Fonte: GazetaDigital