Brasil faz novo 3 a 0 na Itália pela Liga Mundial de Vôlei
O primeiro berro só foi ouvido no segundo set. Depois de sobrar na parcial anterior, o Brasil não mostrava o nível de jogo e de concentração. Até então discreto, Bernardinho soltou o grito que em 10 partidas ficou preso por conta da suspensão imposta pela Federação Internacional (FIVB). Seus comandados entenderam o recado e foram buscar.
Nesta quinta-feira (2), em Cuiabá, depois do sufoco na parcial e ainda sob o efeito de uma maratona de 32 horas de viagem, venceu a Itália por 3 a 0 (25/20, 26/24 e 25/19). Mesmo placar do segundo jogo entre as seleções, em Florença, há duas semanas. Foi o nono triunfo canarinho em 11 jogos na Liga Mundial.
Lucarelli liderou a equipe, marcando 12 pontos, 10 deles em ataques. Wallace contribuiu com 11, e Lucão, com 10. Do outro lado, Zaytsev e Lanza fizeram nove cada, mas não conseguiram impedir a derrota. As equipes voltam a se enfrentar nesta sexta-feira (3), às 14h (de Brasília), no ginásio Aecim Tocantins. O confronto será o último da fase de classificação da competição.
Por ser o anfitrião, o Brasil já está classificado para a etapa decisiva, que será disputada de 15 a 19 de julho, no Rio de Janeiro. O palco será o Maracanãzinho, que também abrigará os torneios de vôlei masculino e feminino durante os Jogos Olímpicos de 2016.
– Foi muito bom voltar com uma vitória. Acho que a pressão que colocamos no saque fez o time se recuperar no segundo set. Sacar bem é algo que estamos buscando e não podemos deixar que os erros (no fundamento) influenciem outros erros no contra-ataque, por exemplo. Revertemos aquela situação com o saque e diminuindo as falhas. Um ponto positivo foi a recuperação num set que começou mal. Foi muito bom retornar à partida após um início complicado – afirmou o técnico.
O jogo
As falhas seguidas faziam o experiente central Birarelli balançar a cabeça. A seleção agradecia e abria 9/5. Bernardinho acompanhava a tudo com os braços para trás. Diante dos dois erros cometidos por seu time, pedia calma. Lucão fazia uma boa passagem pelo saque e forçava o pedido de tempo de Mauro Berruto.
Na volta, Vettori passava pelo bloqueio, mas desperdiçava seu serviço. O ataque de Isac merecia um sinal de positivo do técnico, e o ponto de Lucão, parando Zaytsev, recebia a sua comemoração (16/11). Os adversários tentavam reagir com Birarelli, mas Wallace colocava fim à sequência de pontos, e a frente que havia caído para dois voltava a ser de quatro. William Arjona e Evandro deixavam o banco. A Itália seguia falhando ofensivamente e também no saque. Apagado, Zaytsev encontrava um espaço, colocava uma bola no chão, mas não representava perigo. O Brasil tratava logo de fazer 1 a 0, com Lucarelli: 25/20.
A atenção caía no início da parcial seguinte. Os visitantes aproveitavam os erros da seleção para fazer 6/1. O suficiente para Bernardinho parar o jogo. A mão foi levada à cabeça pela primeira vez, em sinal de irritação, após uma bobeada na cobertura (8/2). Bruninho chamava os companheiros, Wallace, também. O oposto não tomava conhecimento da marcação, vibrava. A equipe tentava retomar o bom ritmo, mas esbarrava no paredão italiano (16/11). Era hora de o saque brasileiro voltar a funcionar. Um ace de Lucarelli, validado após o pedido de desafio, provocava o empate (16/16).
A torcida acordava. A virada viria com Lucão pelo meio (18/17). Zaytsev era perseguido por ela. Ia para o saque e recebia vaias. Errava. Lipe entrava para sacar e tinha sucesso. A seleção respirava pela primeira vez no set (21/19). A Itália não se rendia e deixava tudo igual de novo. Bernardinho abria os braços, batia no peito. O lamento durava pouco. Evandro recolocava o time e na frente. Birarelli respondia (23/23). Em seguida, o saque de Antonov parava na rede. Set point.
Os italianos emendavam uma sequência de boas defesas que acabavam com o ponto de Zaytsev (24/24). Lucarelli também fazia o seu e criava a segunda chance de fechar. Um bloqueio de Murilo fazia o ginásio explodir e Mauro Berruto esbravejar: 26/24.
Seus comandados se esforçavam para sair da situação incômoda. Mas os anfitriões estavam dispostos a pôr fim ao confronto. As ações se equilibravam (11/11). Lucarelli aparecia como a melhor opção de ataque do Brasil e recebia o aplauso do treinador (16/14). Wallace era outro que recebia um aceno com a cabeça. A equipe construía uma vantagem segura (22/18). Diante da apatia italiana a essa altura do confronto, a vitória não demorava a chegar. Ataque para fora de Zaytsev. Um bom presente de aniversário para Bruninho, que completa 29 anos: 25/19.
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