Brasil goleia a fraca seleção do Haiti
Nada como pegar um adversário fraco para aliviar a pressão. Desde que se saiba aproveitar. E o Brasil soube. Goleou o Haiti na noite desta quarta-feira, no estádio Camping World, em Orlando (EUA), num jogo em que, apesar da goleada, o show ocorreu nas arquibancadas, com a empolgação e o amor dos haitianos à sua seleção. E, ironia, o Brasil ganha de 7 a 1.
Assim, o Brasil vai domingo enfrentar o Peru com grandes chances de assegurar o primeiro lugar no Grupo B. Mas não terá o volante Casemiro, que tomou ainda no primeiro tempo o cartão amarelo que o tirou da partida – foi o segundo nesta Copa América em dois jogos. Wallace, do Grêmio, é uma das opções de Dunga. Miranda poderá voltar à zaga. E Jonas parece ter perdido o lugar no time, após primeiro tempo ruim. Gabriel deve ser o novo titular.
É até difícil analisar um jogo em que a diferença técnica entre as duas equipes é abissal como foi o desta noite. Dizer que o Brasil nem precisou se esforçar não é exagero. O time teve o mérito que criar jogadas pelos lados, fazer tabelas, ser objetivo. É verdade também que o oponente nada tem além da força física para tentar resistir. Ou seja, não oferece resistência.
No primeiro tempo, aliás durante todo o jogo, o melhor foi observar o entusiasmo da torcida do Haiti. Os caribenhos deram um show nas arquibancadas. Vibravam com defesa do goleiro Patrice, com desarmes, com chutes para fora do Brasil – como o de Willian cobrando falta logo aos 2 minutos. Quando o time haitiano conseguia chegar perto do gol então…
Foi assim aos 40 minutos, quando Goreux deu o solitário chute do time na etapa em direção às traves do goleiro Alisson, que defendeu sem esforço. O melhor para os haitianos, ainda estava por vir.
Mas não dava para os haitianos sonharem. E, quando aos 13 minutos Phillipe Coutinho acertou uma bomba de fora da área, aconteceu algo raro: o volume do som da arquibancada diminuiu, pois os haitianos pela primeira vez se calaram e o grito dos brasileiros em comemoração ao gol não teve a mesma pujança.
O Brasil jogava fácil, fez o segundo, de novo com Phillipe Coutinho, após cruzamento de Daniel Alves e de toque de Jonas, o terceiro (Renato Augusto marcou de cabeça, num lance que começou com uma reposição, com as mãos, do goleiro Placide nos pés de Daniel Alves) e poderia ter feito mais.
O problema é que Jonas esteve infeliz. Até fez boas jogadas, mas errou bolas fáceis, chegou a errar a cabeçada e furar no mesmo lance. Dunga ficou possesso na beira do campo. E o tirou no intervalo.
A superioridade brasileira, claro, se manteve no segundo tempo. Gabriel, que entrou no lugar de Jonas, precisou de apenas 13 minutos para fazer seu gol. Aos 22, Lucas Lima fez de cabeça o quinto. Naquela altura, Dunga estava fazendo um teste. Tirou Casemiro, recuou Renato Augusto para ser volante ao lado de Elias e colocou o meia santista. Logo depois ele pôs Wallace no lugar de Elias.
O jogo estava ficando chato quando surgiu o grande momento do Haiti. O gol de Hilaire, após rebote de Alisson. Para a torcida caribenha, o gol que diminuiu a desvantagem teve equivalência a um gol de vitória. Pela alegria demonstrada, eles mereceram esse presente.
Detalhe do lance: Alisson falhou de novo, como falhara no gol anulado do Equador na estreia.
Já o Brasil continuou perdendo gols. Até Renato Augusto fazer o sexto. E Phillipe Coutinho, já nos acréscimos, marcar seu terceiro no jogo, o sétimo da seleção brasileira: 7 a 1, que ironia.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL 7 X 1 HAITI
BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Gil, Marquinhos e Filipe Luis; Casemiro (Lucas Lima), Elias (Wallace), Renato Augusto, Willian e Phillipe Coutinho; Jonas (Gabriel). Técnico: Dunga.
HAITI – Placide; Alcenat (Maurice), Jrôme Mechack, Genevois e Jaggy; Goreux, La France, Marcelin, Jean Alexandre (Hilaire) e Jeff Louis; Belfort (Nazon). Técnico: Patrice Neveu.
GOLS – Phillipe Coutinho, aos 13 e aos 28, e Renato Augusto, aos 34 minutos do primeiro tempo; Gabriel, aos 13, Lucas Lima, aos 22, Hilaire, aos 24, Renato Augusto, aos 40, e Phillipe Coutinho, aos 46 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Mark Gelger (EUA).
CARTÕES AMARELOS – Goreau e Casemiro.
PÚBLICO – 28.241 pagantes.
LOCAL – Camping World, em Orlando (EUA).
Estadão