Cartaz em posto revolta pacientes: ‘Criança que chorar fica por último
Pais ficaram revoltados ao ler um cartaz afixado na porta que dá acesso ao serviço de odontopediatria de um posto de saúde da cidade de Rio Verde, no sudoeste goiano. No papel, estava escrito: “Crianças que choram serão atendidas por últimos (sic)”.
Para a professora Elisângela Guedes, a situação reflete o descaso com a população: “Você vem procurar auxílio para o seu filho e encontra um cartaz desses. Até onde nós vamos com o descaso com o ser humano?”.
Apesar de o posto de saúde atender cerca de 250 crianças por mês, o cartaz, que está no local – com erro de português – há cerca de um ano, causou indignação após a recente denúncia de uma mãe.
Depois da reclamação, a direção da unidade retirou o papel. Segundo a coordenadora do posto, Ana Socorro Gonçalves, o cartaz foi feito por uma dentista que atendia no local. “Ela só orientou os pais para eles compreenderem. Porque, senão, as outras crianças que ficam quietinhas não iam querer entrar no consultório depois de ouvir tanto barulho e choro”, afirmou.
A Secretaria da Saúde de Rio Verde investiga o caso. De acordo com o superintendente de saúde bucal do município, João Bosco Campos, a situação é “inadmissível”. “A gente vai passar isso para o setor jurídico, para ver se cabe penalização. Ela [a dentista] é concursada e pode sofrer penalização como funcionária pública. É inadmissível pôr isso na porta de um consultório público, porque um cirurgião-dentista não põe isso na porta de seu consultório particular”, destacou Campos.