Celulares são achados na comida de detentos e cozinheiro é preso em MT
Chefe de cozinha disse que receberia R$ 1 mil para colocar objetos.
Além dos celulares, foram encontrados perfumes, chips de celular e droga.
Celulares, perfumes, carregadores e porções de maconha foram encontrados misturados à comida que seria entregue aos presos da Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Onze pessoas foram detidas, incluindo o chefe de cozinha da empresa terceirizada que fornece alimentação ao sistema prisional. Ele confessou o crime e disse que receberia R$ 1 mil pelo serviço. Uma sindicância foi aberta na unidade para investigar o caso.
A apreensão ocorreu quando o jantar dos presos chegou à unidade, que abriga mais de 1,3 mil presos, na noite desta quinta-feira (11).
A direção da penitenciária informou que os agentes decidiram revistar a comida depois de aumentar a quantidade de produtos apreendidos com os presos. Eles começaram a apurar como os materiais estavam passando despercebidos. Além de celulares e drogas, recentemente, os agentes tinham encontrado uísque e outras bebidas alcoólicas com os detentos.
Segundo o diretor do presídio, Ailton Ferreira, a entrega pela empresa terceirizada contratada para o serviço de alimentação era feita por um caminhão, que entrava na unidade.
O caminhão iria deixar mais de 30 caixas com alimentos. Cada uma pesa 25 kg. Em cinco desses recipientes, os agentes encontraram os objetos misturados ao arroz e à salada. Foram apreendidos 12 celulares, carregadores, chips de celulares, fones de ouvido, porções de maconha, sabonete, perfume, loção pós-barba e um relógio.
“Paramos o caminhão para a revista e tivemos de retirar o lacre de segurança das caixas, que estava intacto. Mexemos na comida, algo não muito higiênico, mas fizemos isso para tentar encontrar alguma coisa. Na primeira vasilha, encontramos quatro celulares e porções de maconha misturados ao arroz. Em outra vasilha, achamos mais celulares, perfume, creme, relógio e a loção pós-barba”, disse o diretor ao G1.
Uma sindicância foi aberta na unidade para investigar o caso. A direção revelou já ter identificado a ala onde as caixas seriam entregues. Porém, 11 pessoas da empresa terceirizada, entre motoristas da empresa, auxiliares, cozinheiros e uma nutricionista, acabaram detidos por suspeita de participação no crime. Todos foram levados para a Polícia Civil para prestar depoimento sobre o caso.
“Quando a alimentação chega é de praxe verificar o lacre. Depois, as caixas são pesadas e os recuperandos que trabalham na penitenciária levam essas caixas para as alas e são eles que servem os outros presos”, explicou o diretor.
Dos 11 funcionários presos, apenas um confessou o crime e assumiu a autoria de toda a situação. Conforme a Polícia Civil, o chefe de cozinha da empresa, de 35 anos, disse ter recebido a proposta de um desconhecido para colocar os objetos dentro da comida. Ele disse que toda a negociação foi feita por telefone e que receberia R$ 1 mil.
A mercadoria, segundo ele, tinha sido deixada em um prédio abandonado. Ele a buscou e a levou para a empresa. O chefe de cozinha relatou ter esperado que todos os funcionários saíssem do local para colocar os objetos e jogar a comida por cima.
O chefe de cozinha foi autuado por tráfico de drogas e associação ao tráfico e encaminhado para a penitenciária, onde tentou entregar a mercadoria.
G1-MT