Collor manobra e Senado rejeita indicado para o CNJ
Após articulação de Fernando Collor (PTB-AL), o Senado Federal rejeitou a indicação de Wellington Cabral Saraiva para o Conselho Nacional de Justiça. Procurador regional da República, Saraiva já era membro do CNJ desde 2011, e havia sido apontado pelo Ministério Público para um novo mandato de dois anos.
Collor viu no conselheiro um aliado do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O senador alagoano tem movido, desde o ano passado, uma caçada ao procurador-geral da República.
Nesta quarta, o ex-presidente da República cassado por corrupção mobilizou seus aliados para derrotar a indicação e deu certo: foram 38 votos a favor, 21 contra e uma abstenção. Faltaram três votos favoráveis para que os 41 necessários fossem atingidos. No mês passado, também após articulação de Collor, o Senado havia rejeitado a indicação de Vladimir Aras para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Como a votação nesses casos é secreta, as manobras se tornam possíveis.
Na sessão desta quarta, o senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou a decisão e falou em “vingança” e “revanchismo” dos colegas. “Estes dois procuradores não foram indicados pelo doutor Gurgel, foram votados pela instituição”, disse Taques.
(Gabriel Castro, de Brasília)