Depoimentos confirmam esquema de corrupção e blindagem de ‘líderes’ da organização
Depoimentos coletados mediante prisões de investigados na operação Metástase confirmam o esquema de corrupção envolvendo a verba de suprimentos dos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, entre os anos de 2011 e 2014. No total, 21 pessoas (entre servidores, ex-servidores e empresários) foram presos com a ação deflagrada pelo Gaeco na data de 23 de setembro. Até o momento, seis pessoas foram liberadas.
“Nós colhemos vários depoimentos e podemos perceber que na primeira versão que apresentaram ao Núcleo de Patrimônio Público do MPE havia uma grande orientação para proteção desse esquema fraudulento. Ontem, alguns deles resolveram falar o que o processo mostra. Ou seja, havia corrupção”. A afirmação é do coordenador do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Marco Aurélio de Castro. Após oitivas
Castro afirmou ainda que as pessoas liberadas fazem parte da estrutura, mas não eram o destinatário final. “O que a gente quer saber e busca saber é quanto ao ápice O que a gente busca são aos líderes’, reafirmou.
Segundo o promotor, a prisão temporária trouxe benefícios à investigação. “Se você verificar quem as acompanhava no primeiro depoimento e nas reuniões que aconteceram previamente. E com as prisões – que não tem data e nem hora para acontecer – o esquema de cooptação de versões se quebrou. O que posso dizer ´que as pessoas que foram liberadas fazem pare da estrutura mas não era o destinatário final”. Ele não descarta novas prisões em outras fases de investigação da operação.
Até o momento foram colocados em liberdade, Marisol Castro Sodré (ex-secretária); Leonice Batista de Oliveira (lotada no gabinete da presidência da Casa); Vinicius Prado Silveira (lotado na Secretaria de Controle Interno), Ana Marins (gabinete de Janaína Riva); João Luquesi (assessor técnico na Procuradoria da AL); José Paulo Fernandes de Oliveira (gabinete de Janaína Riva).
Metástase
Segundo o MPE, há suspeitas de que um grupo tenha desviado R$ 2 milhões dos cofres do Legislativo estadual entre 2010 e 2014, por meio de fraudes na utilização da verba de suprimentos. Eles estão sendo acusados de organização criminosa, peculato e falsidade documental por meio de desvio de verba que deveriam ser destinados aos gabinetes dos deputados.
Cada um dos integrantes teria direito a R$ 4 mil mensais, concedida para os funcionários para compras em geral e custeio de outros serviços. As investigações apontaram que os envolvidos faziam compras fictícias de marmitas e materiais gráficos, com uso de notas fiscais falsas, para justificar o uso do dinheiro. O benefício foi extinto pela atual Mesa Diretora da Assembleia.
Olhardireto