Desorganização e falta de estrutura prejudicam turismo em Chapada
Desorganização, preços altos, falta de informação. Esses são alguns dos fatores que prejudicam o turismo no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
Criado em 12 de abril 1989, o parque possui uma área de 32.630,70 hectares e é o 6º mais visitado do país de 341 parques de conservação.
Apesar da riqueza natural, com cachoeiras, nascentes e diversos atrativos, a falta de estrutura também colabora para prejudicar a visitação do local.
“Nós concorremos em público diretamente com os parques da Tijuca (Corcovado), Foz do Iguaçu, Itatiaia e Fernando de Noronha. Todos eles infinitamente mais estruturados e organizados do que o nosso”, disse Carolina Potter, coordenadora de visitação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do parque.
O turismo do parque passa por sérios problemas, principalmente após um incidente – deslizamento de uma pedra no Véu de Noivas –, que vitimou uma mulher no dia 28 de abril de 2008. A partir desta data, o parque foi interditado por mais de um ano.
A abertura dele foi permitida após a adequação do plano de manejo publicado em 2009 com a portaria nº 45/9. A partir desta data houve também um acordo juntamente com os guias cadastrados e registrados no ICMBio, e com a portaria nº6/08 criando um conselho consultivo.
Com o acordo, ficou determinado que para visitar o Vale do Rio Claro, Crista de Galo, São Jerônimo, Cidade de Pedras e Circuito das Cachoeiras, é necessário a contratação de guia ou condutor.
Mas, atualmente, é possível visitar o Véu de Noiva, a Cachoeirinha e Cachoeira dos Namorados sem a contratação de guias.
Além disso, grupos em atividades didática, voluntários e pesquisadores não precisam contratar guias em nenhum atrativo aberto à visitação.
Apesar dessa diferenciação, criou-se uma imagem negativa da nova cobrança. A falta de informação para o público, somada à inexistência de uma tabela com as limitações de valores e quase nenhuma organização, acabou levando o turismo local promissor a retroceder.
Muitos turistas desistem do destino por imaginar que todos os pontos turísticos possuem a necessidade do acompanhamento, e também por não saberem corretamente os custos previstos para cada visitação no parque.
Para o membro da associação de Guias Turísticos de Chapada, Fábio Oliveira, o problema maior não está na cobrança da condução ou do guia, mas sim na burocratização do parque.
“Hoje nós trabalhamos com horários reduzidos, só podemos entrar no Parque às 9h, e temos que sair até as 17h. Uma parte importante do nosso trabalho, que era a vista do pôr do sol, não pode mais ser feita”, pondera.
Para ele, a necessidade de um guia é mais importante para o parque do que para os profissionais.
“Esta foi uma saída que encontramos juntos, pois o parque não possui a estrutura adequada para atender a população. Hoje em dia, se uma pessoa se machuca lá dentro, vai processar o parque. Então para que as atrações não ficassem fechadas para todos, sugerimos esta saída”, relata.
“Para os guias profissionais, nunca faltou clientela, talvez agora tenhamos um pouco mais é verdade, mas na verdade a exigência afetou mais a população local e de Cuiabá. Os turistas de fora do país ou de outros estados nunca cogitaram ir ao parque sem guia”, destacou.
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