Disparado! Brasil sobra, bate recorde e leva o ouro nos 4x100m rasos T11-T13
Diogo Ualisson, Gustavo Araújo, Daniel Silva e Felipe Gomes estabelecem ainda nova marca paralímpica no Estádio Olímpico. China e Uzbequistão completam pódio
Os cegos mais rápidos do mundo são do Brasil! Perfeito, o quarteto brasileiro deixou os adversários comendo poeira e venceu com sobras o revezamento 4x100m rasos T11-T13 dos Jogos Paralímpicos do Rio, na manhã desta terça-feira, no Estádio Olímpico. De quebra, Diogo Ualisson, Gustavo Araújo, Daniel Silva e Felipe Gomes estabeleceram ainda o novo recorde paralímpico, com 42s37. A China e o Uzbequistão completaram o pódio.
Sem necessidade de guia, Diogo, da classe T12, para atletas com baixa visão, abriu a prova contra rivais T11 (cegos) e já passou para Gustavo Araújo em boa vantagem. Competidor T13 (menor grau de lesão), o velocista, que foi somente oitavo na disputa individual dos 100m, manteve o ritmo até a passagem de bastão para Daniel Silva, que é T11. A esta altura, a torcida já não conseguiu mais conter a empolgação e tinha muita dificuldade para manter o silêncio exigido para a prova.
Medalhista de prata nos 100m T11 e mais experiente da equipe, com outros dois pódios em Londres 2012, Felipe Gomes foi o responsável por encerrar o revezamento com a vitória praticamente garantida. Empurrado pelos torcedores, o desafio nesta altura era quebrar o recorde mundial, que acabou continuando com os russos, que fizeram 42s11 no Mundial de Doha 2015. A nova marca paralímpica, porém, é do Brasil. E o mais importante: o ouro, o décimo do país nos Jogos.
Principal nome do quarteto, Felipe Gomes ressaltou o espírito coletivo durante a prova e revelou que a quebra do recorde paralímpico já estava na mente do quarteto. Com o décimo ouro, deixa o Brasil com três a mais do que a Austrália, sexto colocado no quadro geral de medalhas.
– Nos unimos, conversamos e pensamos em correr não só pela gente, mas pelo próximo que vinha na frente. Deu tudo certo. Todos deram 100%. Tínhamos o objetivo não só do ouro, mas também de quebrar o recorde. Era nosso sonho e cumprimos. Estamos fazendo nossa parte no objetivo do Brasil ficar em quinto no quadro de medalhas.
Ao subir no pódio, os velocistas brasileiros e dois guias começaram a sambar, aumentando a festa do torcedor. Campeão dos 200m T11 em Londres 2012, Felipe falou da emoção de voltar ao lugar mais alto do pódio.
– Não tem ninguém na nossa frente. Somos os melhores do mundo.
A prata ficou com os chineses, que fecharam o revezamento com a marca de 43s05, e o bronze terminou com o Uzbequistão, com o tempo de 43s47. Os uzbeques comemoraram o lugar no pódio com uma oração ainda na pista.
Globoesporte