Polícia

Empresário revela ameaça de morte após delação; Silval está abatido

“Ligaram na minha casa e perguntaram se a viúva do João Rosa estava”, disse João Rosa

silvalO advogado Valber Mello informou que vai requerer a liberdade do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) antes de iniciar a audiência de instrução e julgamento da “Operação Sodoma”. O peemedebista já sofreu 10 derrotas na Justiça com o último pedido negado na quinta-feira (28) pelo desembargador Pedro Sakamoto.

O primeiro dia de audiência de instrução e julgamento da ação penal relativa a Operação Sodoma ocorre hoje a partir das 9h30. O processo é conduzido pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda.

O mesmo entendimento não é compartilhado pelas defesas dos demais réus. Responsável pela defesa do ex-secretário Pedro Nadaf, o advogado Alexandre Abreu afirmou que não vai pedir a liberdade neste momento. “Não faremos nenhum requerimento de liberdade neste momento.  Cada coisa de uma vez.  Analisamos diversos documentos e entendemos que não há provas contra o nosso cliente”, disse.

Responsável pela defesa do ex-secretário de Estado, Marcel de Cursi, o advogado Roberto Tardelli solicitou, novamente, que a imprensa fosse proibida de acompanhar a audiência de instrução e julgamento. Porém, o pedido já foi negado pela juíza Selma Arruda acompanhando posição do Ministério Público Estadual (MPE), representado pela promotora Ana Cristina Bardusco. Apenas as imagens dos réus não podem ser feitas durante a audiência.

Neste primeiro dia de audiência, está marcado o depoimento do empresário João Batista Rosa, um dos sócios do grupo Tractor Parts que confessou na Polícia Civil ter pago R$ 2,5 milhões em propina para ter suas empresas incluídas no Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial)

O ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi são réus  pelos crimes de concussão (praticado por funcionário público, em que este exige, para si ou para outrem, vantagem indevida), extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Também são réus no mesmo processo criminal o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio Cézar Corrêa de Araújo, o procurador do Estado aposentado Francisco Andrade de Lima Filho e a funcionária da Fecomércio (Federação do Comércio) Karla Cecília de Oliveira Cintra.

Acompanhe a audiência em tempo real:

12h34 – Silval Barbosa, Marcel de Cursi e Pedro Nadaf vão almoçar no fórum de Cuiabá.

12h31 – Após o encerramento das perguntas do Ministério Público, a juíza Selma Rosane suspendeu a audiência para almoço. Ela anunciou que a oitiva retorna às 13h30.

12h29 – João Rosa conta de teve problemas por conta da pressão sofrida sobre o caso. Ele diz que ainda passa por  tratamento psicológico diante do stress sofrido.

12h20 – O dono do Grupo Tractor Parts contou ainda que recebeu ameaças após firmar acordo de delação. “Ligaram na minha casa e perguntaram se a viúva do João Rosa estava”, revelou.

12h15 – Dois fatos curiosos ocorreram na audiência. O ex-governador Silval Barbosa deixou a sala de audiências para ir ao banheiro e retornou cerca de cinco minutos depois. Além disso, uma jornalista que cobre a oitiva passou mal, com a pressão baixa. Ela ingeriu sal e água, ela deixou a sala, e a audiência foi retomada.

12h08 – João Rosa contou que após decidir delatar o esquema, chegou a ser procurado pelo diretor da City Lar, Florindo José Gonçalves, para intermediar um encontro com Nadaf na empresa. Contudo, ele não aceitou.

11h57 – João Rosa conta que foi orientado por Pedro Nadaf e Marcel de Cursi a conversar com eles apenas pelo aplicativo WhatsApp, já temendo que ligações telefônicas pudessem ser interceptadas.

11h49 – O empresário revela que após o final do governo passado, pagou duas parcelas de R$ 30 mil a Pedro Nadaf, que ficou de ajudar em sua defesa. Além disso, repassou R$ 15 mil para Marcel auxiliar em sua defesa junto a CPI na Assembleia Legislativa.

11h29 – Após as declarações do secretário e dos avanços das investigações da CPI, João Rosa decidiu procurar auxílio jurídico com advogados. Em conversa com o advogado Huendel Rolim, ambos resolveram propor a delação premiada junto ao Ministério Público.

11h25 – João Batista Rosa relata que teve problemas com a documentação necessária para manutenção de seu enquadramento no Prodeic. Neste período, foi iniciada a CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal na Assembleia Legislativa. O empresário contou que foi orientado a procurar o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), que é um dos subrelatores da comissão e ficou assustado ao ouvir uma declaração do secretário Paulo Taques, de que os incentivos concedidos na gestão passada eram caso de polícia.

11h05 – O empresário contou que se sentiu ameaçado em perder os benefícios do Predeic e concordou em pagar os R$ 2 milhões, mas de forma parcelada. Ele disse ainda que os pagamentos foram feitos por meio de cheques e transferências a Pedro Nadaf.

11h00 – João Batista Rosa disse que conversou com Silval Barbosa, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi a respeito de créditos tributários que teria junto a Sefaz. Após negociações, ele concordou em desistir dos créditos para ter suas empresas incluídas no Prodeic (Programa de Desenvolvimento Econômico e Industrial). Após a desistência dos créditos, o empresário disse que foi procurado por Pedro Nadaf, que lhe pediu R$ 2 milhões para pagar dívidas de campanha.

10h50 – O primeiro a prestar depoimento é o empresário João Batista Rosa, dono do Grupo Tractor Parts. Inicialmente apontado como delator do esquema, Rosa passou a ser configurado como vítima, uma vez que teria sido envolvido pelos operadores das fraudes.

10h47 – A magistrada indeferiu os pedidos da defesa e manteve a audiência nesta sexta-feira. Serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público.

10h44 – Os advogados relatam que as interceptações foram realizadas a partir da deflagração da Operação, em 15 de setembro.

10h40 – Os advogados reclamam que não tiveram acesso ao CD com as gravações das interceptações.

10h36 – Ministério Público diz que o requerimento é pertinente. Contudo avalia que não impede o depoimento de testemunhas nesta sexta-feira.

10h27 – A juíza Selma Arruda informa que não há interceptações telefônicas na investigação. A promotora Ana Cristina Bardusco também disse que não teve conhecimento de interceptações no processo.

10h20 – Advogados alegam que não tiveram acesso a documentos que tratam de uma interceptação telefônica. A juíza Selma Rosane Santos Arruda ainda não analisou o pedido.

10h14 – O advogado do ex-secretário Pedro Nadaf voltou a pedir que a audiência não seja realizada. Ele informou que a defesa não teve acesso a alguns documentos no processo.

10h13 – Silval, Nadaf e Marcel estão na sala de audiências. O ex-governador e Nadaf vestem terno e mostram abatimento. Já Marcel está de camisa e demonstra ser o mais calmo entre os três.

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