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Escola mais antiga de Cuiabá, Liceu Cuiabano, fecha as portas para reforma

Pais e responsáveis pelos estudantes do Colégio Estadual Liceu Cuiabano, uma das escolas mais tradicionais da capital mato-grossense, , descobriram na noite dessa quarta-feira (26), que a escola com mais 1.500 alunos, fechará para reforma e todos os estudantes serão remanejados.

A informação foi repassada em uma reunião realizada nessa quarta, pelo diretor do Liceu Cuiabano, Lucas Vaz, com professores e funcionários, que estava agendada pra discutir sobre formaturas.

A decisão, que pegou a comunidade escolar de surpresa, foi justificada pela necessidade de reformas no prédio, que possui dois pavilhões com problemas no telhado e na parte elétrica.

Liceu Cuiabano não será fechado, garante secretário de Educação Alan Porto

O Secretário de Educação de Mato Grosso, Alan Porto, negou nesta quinta-feira (27.02) que o Liceu Cuiabano será fechado. A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Antero Paes de Barros, durante o Jornal da Cultura, após protestos de professores da unidade, a mais antiga do estado, contra um possível encerramento das atividades.

Porto afirmou que também foi surpreendido pela informação de um possível fechamento e garantiu que se trata de uma “mentira”. Segundo ele, o governo do estado elaborou em 2024 um projeto de restauro do prédio, que nunca passou por uma reforma ampla. O Liceu, tombado como patrimônio cultural, enfrenta problemas estruturais, como sobrecarga no sistema elétrico, que causou um princípio de incêndio em um aparelho de ar-condicionado no ano passado.

“O Estado vai investir mais de R$ 10 milhões na reforma. A escola tem mais de mil estudantes, e para executar a obra, que tem prazo de um ano e meio, estamos discutindo a melhor estratégia com a direção e a comunidade escolar”, disse.

Entre as opções avaliadas estão a realização da reforma com os alunos permanecendo no prédio, a locação de um espaço temporário ou a transferência provisória dos estudantes para outras escolas. “Nada será decidido sem o diálogo com a comunidade escolar”, disse o secretário que garantiu que direção, coordenação e corpo docente serão ouvidos.

Ainda durante a entrevista, Antero Paes de Barros lembrou o caso do Colégio Nilo Póvoas, fechado sob a justificativa de realização de reforma e que nunca retomou as atividades. Porto afirmou que a situação do Liceu será diferente. “Vamos tomar a melhor decisão para os estudantes. Há uma série de problemas estruturais e precisamos tomar as medidas”, disse.

Durante o período da obra, a escola, com mais de 1.500 alunos, precisará ser desocupada por questões de segurança.

De acordo com o comunicado, a Seduc deu um prazo de 60 dias para o remanejamento dos alunos, e de todos os profissionais da educação que trabalham no Liceu, para outras unidades de ensino.

A secretaria informou que tanto os estudantes como os servidores terão preferência para escolher as escolas para as quais vão querer mudar, dentro do que for conveniente pra cada um.

A pasta disse ainda que no Liceu Cuiabano tem alunos moradores da área central e também de vários bairros, e sugere que “escolham escolas próximas as suas residências”.

A medida gerou preocupação e revolta entre os presentes na reunião, já que o Liceu Cuiabano é um patrimônio tombado e carrega grande importância histórica e cultural para a cidade.

Na manhã desta quinta-feira (27), o vai se reunir com a direção e representantes da escola para tratarem do assunto e acertarem detalhes que possam reduzir o impacto do remanejamento de tantas pessoas.

A licitação para a reforma está em fase de homologação e envolve investimentos na ordem de R$ 10 milhões. A Seduc destacou que estuda, junto a comunidade escolar, alternativas para executar as obras e cumprir o cronograma sem prejuízo ao calendário escolar.

Patrimônio tombado

A Escola Estadual Liceu Cuiabano “Maria de Arruda Muller” foi construída em 1944 e marcou uma nova fase na instrução e no ensino dos jovens mato-grossenses.

Personalidades históricas de Mato Grosso estudaram no Liceu, entre eles, os marechais Cândido Rondon e Eurico Gaspar Dutra e os ex-governadores Carlos Bezerra, Dante de Oliveira e Júlio Campos.

O prédio da escola é tombado desde 1985 como patrimônio histórico de Mato Grosso.

Fonte: PrimeiraPágina com PNB ONLINE