Polícia

Estado mantém demissão de policial acusado de homicídio

llO governador Pedro Taques (PSDB) manteve a demissão de um investigador da Polícia Civil acusado de assassinar e ocultar o cadáver do músico Thiago Festa Figueiredo, em dezembro de 2011, em Cuiabá.

Ele foi demitido em abril de 2014 pela Corregedoria Geral da Polícia Civil e readmitido, em dezembro daquele mesmo ano, por decisão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e do ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf.

Em julho de 2015, Taques determinou a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para reavaliar a admissão do acusado.

A decisão do governador atendeu pedido da Ouvidoria Geral da Polícia, que manifestou “indignação” pelo fato de o suspeito ter retornado ao cargo.

A exoneração do investigador consta no Diário Oficial do Estado que circula nesta terça-feira (10).

“Destarte, e após análise de todos os argumentos da defesa aviada pelo servidor em comento, conclui-se que a decisão que tornou sem efeito a pena de demissão aplicada ao servidor padece de vício insanável, impossível de convalidação”, diz trecho do ato.

Em entrevista ao MidiaNews, o diretor da Polícia Civil, delegado Adriano Peralta, afirmou que a decisão de Taques é extremamente justa.

“A instituição pediu para que o governador reavaliasse todos os atos de exonerações que foram revogados no final do ano passado, por entender que eles (atos) foram cancelados sem nenhuma justificativa”, disse.

Denúncia

Na denúncia, oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE), consta que Thiago, que residia em Sinop, estava de passagem por Cuiabá a caminho de São Paulo, onde deveria passar as férias com a mãe.

No entanto, segundo o MP, ele teria sido “rendido e coagido pelo investigador”, na Rodoviária da Capital. A vítima estaria comprando drogas no local.

Em seguida, o acusado o conduziu para uma clínica de desintoxicação, de propriedade de um parente do policial.

O músico teria sido levado para o local sem que houvesse permissão dele ou contato com alguém da família.

Na clínica, a vítima teria sido obrigada a ingerir um composto de diversos medicamentos de uso restrito e controlado.

Thiago, conforme o relatório do MPE, tentou resistir à ingestão, chegando a dizer expressamente que era alérgico a determinadas substâncias do coquetel.

No dia seguinte, o músico morreu em um dos quartos da clínica. O corpo dele foi encontrado à margem da estrada de acesso ao distrito de Nossa Senhora da Guia. Conforme a denúncia, o policial teria usado uma viatura da PM para ocultar o corpo da vítima.

Ainda conforme o MPE, os extratos bancários de Thiago apontam que ele fez um saque de R$ 5 mil um dia antes de morrer.

Os cartões de banco, bem como os pertences do músico, nunca foram encontrados.

Mídia News

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