Polícia

Ex-bicheiro Arcanjo é condenado a 44 anos e 2 meses de prisão

fO ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi condenado a 44 anos e dois meses de prisão por ter mandado executar os empresários Rivelino Brunini, Fauze Rachid Jaudy e pela tentativa de homicídio contra Gisleno Fernandes, em 2002.

A condenação ocorreu em júri popular iniciado na manhã de quinta-feira (10) e só finalizado na tarde desta sexta-feira (11).

A sessão foi presidida pela juíza Mônica Perri e a punição foi decretada pelos votos de sete jurados que compunham o Conselho de Sentença.

Além de Arcanjo, outros três envolvidos nos mesmos crimes foram condenados anteriormente.

Em 2012, o ex-cabo PM Hércules Agostinho Araújo pegou 45 anos de prisão e, em julho deste ano, o ex-soldado da PM Célio Alves de Souza e o uruguaio Júlio Bachs receberam pena de 46 anos e 10 meses e 41 anos de reclusão, respectivamente.

Durante o julgamento, a defesa de Arcanjo, representada pelo advogado Paulo Fabrinny Medeiros, sustentou ausência de provas que ligassem o ex-bicheiro à execução dos dois empresários.

Para Fabrinny, foi criado um mito em torno da figura de seu cliente e a acusação não passaria de uma “forçação de barra”, uma vez que Arcanjo possuía diversos negócios, comandava o jogo do bicho e sequer tinha interesse em atuar no ramo de caça-níqueis que Rivelino Brunini integrava.

O promotor de Justiça Vinícius Gahyva, representante do Ministério Público Estadual, expôs aos jurados que tanto os depoimentos testemunhais quanto as provas colhidas deixavam evidente que era Arcanjo quem comandava e autorizava o funcionamento das máquinas caça-níqueis no Estado.

Uma das provas mais fortes expostas por Gahyva era o símbolo do pássaro colibri nas máquinas, o mesmo utilizado pela factoring de Arcanjo.

Quanto à execução, Gahyva relatou que o panorama exposto na ação revelou que Arcanjo teria mandado matar os empresários em razão de “desobediência” de Rivelino Brunini em manter máquinas em Várzea Grande sem sua autorização.

Além disso, existiriam fortes indícios de que Rivelino pretenderia abandonar o ramo e denunciar Arcanjo às autoridades, motivos que, para Gahyva, seriam suficientes para que Arcanjo quisesse executá-lo.

João Arcanjo também cumpre pena por ter mandado matar, em 2002, o empresário Sávio Brandão, então dono do jornal Folha do Estado, e por crimes contra o sistema financeiro.

Ele cumpre a pena em presídio de segurança máxima, em Porto Velho (RO).

Interrogatório

Em seu interrogatório, realizado na noite de quinta-feira (10), João Arcanjo negou envolvimento com os crimes.

Ele disse, inclusive, que chegou a ser convidado a participar do negócio envolvendo os caça-níqueis, mas que recusou a proposta por “não achar viável”.

Arcanjo admitiu que era amigo de Júlio Bachs, apontado como um dos operadores dos caça-níqueis no Estado e suposto mentor do crime, e que ambos jogavam futebol duas vezes por semana.

O ex-bicheiro também se defendeu da acusação de que uma das provas de seu envolvimento era o fato de as máquinas conterem o símbolo de um colibri, o mesmo utilizado em uma das factorings dele.

“Quando eu fiquei sabendo do símbolo, reclamei com o Jesus e o Rivelino. Tanto que, a partir disso, eles tiraram o símbolo e colocaram outro. Eu não tinha interesse nas máquinas, pois já explorava o jogo do bicho em Cuiabá”, disse.

Ele negou ter ficado furioso pouco antes da data do crime, quando teria mandado apreender as máquinas de Rivelino que estavam em um galpão.

“Nunca existiu isso. Nunca mandei nem colocar nem retirar máquinas. Isso é um absurdo. Não tem porque eu ter feito isso. Eu conhecia o Rivelino, gostava dele”, defendeu Arcanjo.

Mídia News

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