Familiares de 7 desaparecidos narram meses de angústia à espera de resposta
O desaparecimento de 7 pessoas em Várzea Grande ganhou destaque nacional no Domingo Espetacular, no último dia 9. O paradeiro de pai e filho, que vieram de Manaus, e de 5 jovens maranhenses permanece desconhecido.
As investigações da Polícia Civil buscam descobrir o que aconteceu com os desaparecidos, enquanto que as famílias esperam por respostas.
Pai e filho vindos do Amazonas
Ricardo Oliveira Alves, 41, e Ryan Matos Alves, 18, pai e filho, estão desaparecidos desde o início de dezembro do ano passado. No dia 27 de novembro, Ryan saiu de Manaus para visitar o pai, que estava morando no bairro Pirineu, em Várzea Grande.
No dia 1º de dezembro, Ricardo enviou uma mensagem a familiares de Manaus dizendo que o filho havia sumido. No dia seguinte, o homem de 41 anos foi visto pela última vez na quitinete onde morava.
Conforme a reportagem, o bairro em questão é dominado pelo tráfico de drogas e Ryan possui um histórico de dependência química.
“A gente acredita nessa possibilidade, dele ter comprado drogas, não ter pago, e, por ele ser de fora, o Comando, em tese, pode ter pegado ele e para que não pudesse levantar suspeita, deve ter pegado o pai”, explicou o delegado responsável pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas em Mato Grosso, Roberto Amorim.
Jovens maranhenses desaparecidos há 2 meses
No dia 7 de janeiro deste ano, um grupo de 5 jovens saiu de São Luis (MA) em um ônibus rumo ao Mato Grosso, após receberem uma proposta de emprego.
Wallison da Silva Mendes, 21, Wermison dos Santos Silva, 21, Diego Sales Santos, 22, Mefibozéte Pereira da Solidade, 25, e Walyson da Silva Mendes, 25, se alojaram em uma casa no bairro Jardim Primavera, na Cidade Industrial. Os jovens estão desaparecidos desde que chegaram a Várzea Grande, no dia 9 de janeiro.
Segundo Caio Albuquerque, delegado responsável pelo caso, uma das vítimas ligou para a família e disse que “tinha que desligar”, pois “algo” estava ruim.
Famílias sem respostas
A reportagem do Domingo Espetacular destacou o drama dos familiares dos desaparecidos, que seguem sem respostas.
“Ele tem sonhos, ele é um jovem de 25 anos, ele tem um filho, que precisa dele. A gente sente falta, vê os pais da gente dia e noite chorar, e a gente não saber resposta”, lamentou Jhemerson Wanderley, irmão de Walyson da Silva, um dos maranhenses desaparecidos.
“Para mim está sendo muito difícil, sem notícia dele, sem ter meu filho aqui perto de mim. Eu não como, estou dormindo através de remédio”, disse emocionada Marinete da Silva, mãe de Walyson.
Mãe de Ricardo Alves e avó de Ryan Alves, a mulher não quis se identificar, mas contou que não teve coragem de abrir a mala de Ryan, encontrada na quitinete dos desaparecidos.
“Todo dia eu digo que vou olhar e ainda não tive coragem”, afirmou.
A Polícia Civil continua em busca de respostas. O caso dos maranhenses, tratados como desaparecimentos, devem ser transferidos para o Centro de Homicídios.