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Felipão cita caminho difícil para vetar otimismo exagerado no elenco

A conquista da Copa das Confederações, com vitória sobre a Espanha na decisão, deu confiança ao elenco da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. Porém, o técnico Luiz Felipe Scolari não teme que seus jogadores tenham um otimismo exagerado para o torneio que começará em junho, pois cita o caminho difícil até o possível hexacampeonato.

“Isso não preocupa tanto, porque estamos trabalhando para que a confiança adquirida seja bem pensada por eles. Nós montamos uma tabela de possíveis adversários até a final e podemos ter quatro campeões mundiais. Não será uma situação tranquila e confortável como foi na Copa das Confederações e vamos alertá-los de que a dificuldade será muito maior”, explicou.

Apesar de não ter um campeão mundial em seu grupo, o Brasil tem chance de enfrentar donos de títulos em todas as fases eliminatórias da Copa. Ciente da pressão que sua equipe sofrerá, o treinador já dá indícios de que fechará alguns treinos e manifesta também atenção especial ao trabalho psicológico.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Felipão contará com ajuda de sua psicóloga de confiança para traçar perfis dos jogadores convocados

O treinador participou na quinta-feira de uma palestra em congresso organizado pela psicóloga Regina Brandão, que trabalha com Felipão desde 1993 (com exceção da última passagem do profissional pelo Palmeiras).

 

Para esta Copa do Mundo, Regina Brandão realizará entrevistas com os 23 jogadores brasileiros nos primeiros dias de preparação na Granja Comary. A ideia é que Felipão saiba exatamente como trabalhar o lado de motivação de cada atleta específico.

“A Regina entrega os perfis a mim e eu não passo a ninguém, tenho guardados em minha casa de todos os clubes e todas as seleções. Não passo isso ao clube, é um material meu”, afirmou o treinador, relembrando ainda que, certa vez, um jogador português se recusou a fazer a avaliação.

“Em Portugal, um grande atleta se negou a fazer o teste. Tudo bem, ninguém é obrigado a fazer. Passados dois meses, ele solicitou o teste, porque os outros companheiros passaram a dizer como foi. Ele viu que não tinha motivo para receio e se tornou um dos melhores líderes que tive até hoje”, acrescentou, sem citar nomes.

O trabalho foi feito também antes da Copa de 2002. De lá para cá, o treinador percebeu mudanças no comportamento do grupo, citando as semelhanças do que encontrou em Portugal, onde o elenco só se sentava para as refeições depois do aval do capitão.

“Tenho dito para a Regina que ela vai se surpreender, porque esse pessoal de agora também só se senta depois do capitão. Eu não pedi isso, vem da época do Mano (Menezes) ou não sei de quando. Talvez seja assim porque 80% deles jogam na Europa”, comentou.

Com diversos jogadores que atuam no exterior, a lista final de convocação para a Copa será divulgada por Luiz Felipe Scolari no dia 7 de maio, sendo que a estreia da equipe anfitriã está agendada para 12 de junho, contra a Croácia, em São Paulo.

 

 

 

 

Gazeta Esportiva

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