Filiados ao PSB engrossam coro contra Valtenir e cúpula recorre à Justiça para derrubar novo presidente
Políticos ligados ao PSB em Mato Grosso, entre prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, rejeitaram em uníssono a liderança do deputado Valtenir Pereira, recém filiado à sigla e colocado como presidente regional do partido pelo diretório nacional. Reunidos nesta segunda-feira (26), em Cuiabá, a cúpula do partido anunciou que está decidida a recorrer judicialmente para derrubar Valtenir da presidência.
“A solução que nós temos hoje é de fazer a luta dentro do partido, de retomar no movimento democrático, no voto, a presidência do partido. Não necessariamente para pessoal A, B ou C, mas para o nosso grupo político retomar de forma democrática o comando do PSB. Se precisarmos do apoio da Justiça, vamos acioná-la. Se não quiserem fazer isso de forma democrática vamos recorrer”, asseverou o deputado federal Fábio Garcia, destituído da presidência estadual do PSB após votar a favor da reforma trabalhista, de forma contraria a orientação da Executiva nacional da sigla.
Durante a reunião, que em alguns momentos foi fechada para a imprensa, alguns prefeitos afirmaram que Valtenir estaria fazendo lobby para aglutinar parceiros e formar uma nova oposição ao governador Pedro Taques (PSDB).
Taques, que passou rapidamente pelo encontro, parafraseou Roberta Miranda e disparou contra Valtenir: “se o PSB desejar ir para a oposição, vá com Deus”. E assumiu compromisso com os “excluídos” da sigla, destacando a lealdade do grupo “em momentos bons e ruins” da atual gestão.
A possibilidade de firmar oposição contra Taques foi absolutamente descartada pelos políticos que estavam presentes na reunião, dentre eles o deputado federal Adilton Sachetti e os estaduais Mauro Savi e Oscar Bezerra.
“Se ele tivesse a intenção de fazer um negócio consorciado, antes de aceitar o convite ele teria ligado para todas as pessoas ligadas ao PSB. No entanto, ele veio de goela abaixo, e isso é tradicional em sua vida, ele é assim e não vai mudar. Nós estamos na base independente de qualquer coisa, não vai ser o Valtenir que vai mudar os rumos de a gente ajudar a consertar o Estado”, disse Oscar Bezerra.
“Respeitamos a decisão da nacional, respeitamos ele [Valtenir], mas nós temos o direito de buscar o nosso espaço, de retomar o partido. Se isso não acontecer, nós temos um compromisso de manter o grupo unido e sair juntos, ou pelo menos combinado para algum outro partido”, considerou Mauro Savi.
“Foi uma grande incoerência e uma grande covardia do presidente quando nos destituiu com esse argumento. E agora coloca outro que fez a mesma coisa que nós fizemos. Então, é injustificável o que ele fez, não tem justificativa”, avaliou Sachetti, referindo-se ao motivo alegado pela executiva nacional para dissolver o diretório regional, tendo em vista que Valtenir também votou a favor da Reforma Trabalhista.
Valtenir, como havia de ser, não foi convidado para a reunião. Todavia, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), que agrega uma quantidade significativa de prefeitos e vereadores ao seu lado, defendeu que o diálogo seja mantido, desde que o desafeto não esteja à frente da presidência.
“Eu estou vindo com um apelo para que todos fiquem no PSB, nós vamos esgotar todos os esforços para nos manter unidos com essa direção no partido. Vai ter uma reforma partidária, vai ter eleição do diretório nacional em outubro, então vamos aguardar todos esses acontecimentos para depois tomar uma decisão. É possível também [manter diálogo com o Valternir], eu também vou defender isso, mas eu vou me pautar pelo que a maioria decidir. Eu sou a favor dele dentro da legenda, mas não na presidência, mas na legenda não vejo nenhum impedimento”, avaliou.
Fonte:Olhardireto